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A Arte do Encontro

Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.

Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.

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A ARTE DO ENCONTRO

2.2 Comunicação econômica

A afirmação de que a Comunicação 29 pode ser um instrumento de manipulação

não é, de maneira alguma, inédita. Tampouco, incontestável.

É possível até dizer que tal discussão está datada: a Comunicação é

apenas uma das instâncias capazes de influenciar as tomadas de decisões

dos indivíduos. Contudo, a discussão a que me proponho diz respeito à

relação entre a Comunicação e o paradigma. Vale lembrar que, para o

físico Thomas Kuhn (1998, p. 218), paradigma “indica toda a constelação

de crenças, valores, técnicas, etc..., partilhadas pelos membros de uma

comunidade determinada”, ou seja, “é aquilo que os membros de uma

comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica

consiste em homens que partilham de um paradigma” (KUHN, 1998, p.

219). Considero que a palavra-chave aqui presente é partilha.

Se existe a necessidade da partilha para a instituição de um paradigma

para uma determinada comunidade, é pertinente que se pense

no papel da Comunicação nessa partilha. É sobre essa questão que o

presente item procura argumentar. Existe um paradigma que prega a

separação do sujeito e do objeto. Nesse processo de separação, atribui

ao primeiro o erro, o desvio, porque não é mensurável, enquanto

ao segundo, concede a centralidade, uma vez que a ele se aplicam

operações racionais de análise, de maneira a ser percebida uma certa

linearidade e, portanto, previsibilidade.

Assim, aponto que a perspectiva hegemonicamente vigente da Comunicação,

enquanto ciência, parece compartilhar alguns desses valores.

Ao refletir sobre o processo histórico pelo qual a Comunicação passa

do século XVII em diante, Vicente Romano observa o mesmo processo

de dissociação entre sujeito e objeto. Dessa forma:

29. Ressalto que, nesse item, o uso do termo Comunicação privilegia a percepção de sua

função informacional (ROMANO, 2004).

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