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A Arte do Encontro

Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.

Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.

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6 VINCULAR É BRINCAR

quanto com a escassez dos estímulos táteis, olfativos e gustativos,

característicos da comunicação presencial.

Mas a comunicação, vista por esse prisma, diz respeito às relações

tecidas entre os participantes de um processo, mais do que à simples

transmissão de estímulos de um emissor para um receptor – pressuposto

que rege a teoria da informação, tomada como base para o

que nomeei, no segundo capítulo, como comunicação econômica 126 .

Entretanto, como aponta Morin (2007, p. 27), “a teoria atual não é

capaz de compreender nem o nascimento nem o crescimento da informação”.

Pensada a partir do mesmo pressuposto, a comunicação seria

igualmente incapaz de compreender o nascimento e o crescimento

de sua função social. Nesse sentido, considero frutífero assumir a

comunicação ecológica como um sistema auto-eco-organizador. De

acordo com Morin (2007, p. 33):

Enquanto o sistema fechado não tem qualquer individualidade, nenhuma

troca com o exterior, e mantém relações muito pobres com o meio

ambiente, o sistema auto-eco-organizador tem sua própria individualidade

ligada a relações com o meio ambiente muito ricas, portanto

dependentes. Mais autônomo, ele está menos isolado. Ele necessita de

alimentos, de matéria/energia, mas também de informação, de ordem

(Schrödinger). O meio ambiente está de repente no interior dele e [...]

joga um papel co-organizador. O sistema auto-eco-organizador não

pode pois bastar-se em si mesmo, ele só pode ser totalmente lógico ao

abarcar em si o ambiente externo. Ele não pode se concluir, se fechar,

ser auto-suficiente.

Assim, em consonância com a definição de vínculo vista em Bruno, a

adoção de uma perspectiva auto-eco-organizacional para a comunicação

126. Uma discussão focada no papel dos Estudos do Imaginário no que tange uma mudança

entre as perspectivas econômica e ecológica da Comunicação foi objeto de estudo

conduzido em coautoria com meu orientador (IUAMA; MIKLOS, 2019b).

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