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A Arte do Encontro

Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.

Dividida em uma pesquisa bibliográfica crítica acerca da gamification e numa autoetnografia da participação em larps, a pesquisa propõe um modelo lúdico e, portanto, comunicacional, pautado pela complexidade, pela contra-hegemonia e pela ecologia. Por ludocomunicação, conceito defendido em A Arte do Encontro, compreende-se um contraponto à gamification – pautada pela competividade e pela virtualização – que visa a utilização de dinâmicas lúdicas para promover a formação e manutenção de relações comunitárias.

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POSFÁCIO - O levante é a prova dos 9

com edições mais acessíveis, pensando-se em um fazer científico menos

excludente. Não é tão comum quanto parece, nem tão óbvio quanto

deveria, que aquele que pesquisa se preocupe em facilitar a vida de

seus futuros leitores.

Tadeu Iuama faz questão de ser crítico e autocrítico. Um exemplo está

em quando denuncia, neste trabalho, o clubismo, próprio não apenas

dos jogadores, mas também dos cientistas e de seus grupos de pesquisa,

que excluem a tantos e usam linguagem cifrada e hermética a fim de

se manterem em um Olimpo. As posturas negacionistas de políticos

devem servir como exemplo para refletirmos sobre a negação da partilha

do conhecimento, manifesta em pareceres destrutivos, na competição

canibalesca por espaço em congressos e revistas qualificadas, na ausência

de diálogo entre grupos e entre pares.

A obra que aqui se apresenta é, também, e por último, um manifesto

Poético, porque não descarta – da pesquisa em comunicação, do jogo,

das relações cotidianas – o corpo, a festa, o mito, o lúdico, o dialógico,

o polifônico, o erótico, o antropofágico, o contemplativo, o sensível,

a experiência, como modos de afetar e promover vínculos. É poético

porque balsâmico e restaurador de uma certa esperança possível.

Poético, porque faz nascer o novo, ao abrir espaço para a originalidade

da abordagem teórica, com a inserção de autores incomuns, trazidos e

traduzidos por ele mesmo, Tadeu, caso de H. Bey, colocado em diálogo

com Vicente Romano, além de Vaneigem, Haggren (Deltagarkultur)

e Lampo. São proposições incrementais às teorias da mídia, com a

ideia de mídia participativa, que se somam ainda à originalidade da

metodologia, com a descrição detalhada do percurso, com o uso da

autoetnografia e com a proposição da narrativa como método, o que

permite reconhecer a contribuição do percurso do próprio pesquisador,

além de implodir qualquer ilusão de uma suposta imparcialidade na

pesquisa, que, sendo uma escolha, exige ainda mais rigor na ética e no

método, aqui apresentados de forma irretocável.

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