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O Homem Mais Rico da Babilônia - George S. Clason

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você procurar outro padeiro de talentos inferiores? Não seria mais fácil ensinar a

um homem decidido como eu os seus preciosos talentos? Olhe para mim, sou

jovem, forte e amante do trabalho. Dê-me uma chance, e farei o impossível para

ganhar ouro e prata para o seu bolso.'

"Ele ficou impressionado com minha boa disposição e começou a negociar com

o vendedor, que não tinha reparado em mim desde que me comprara, mas que

agora gabava com eloqüência minhas habilidades, saúde e boa constituição.

Senti-me como um boi gordo sendo vendido a um açougueiro. Por fim, para

minha alegria, o negócio foi fechado. Saí dali seguindo meu novo mestre, achando

que era o homem de mais sorte na Babilónia.

"O novo lar era muito a meu gosto. Nana-naid, meu amo, ensinou-me a moer

a cevada na pedra redonda que ficava no pátio, a pôr e acender a lenha no

forno e a reduzir a um pó finíssimo a farinha de gergelim para os bolinhos de mel.

Eu tinha um leito no barracão onde eram guardados os cereais. Uma velha escrava

que servia como governanta, Swasti, alimentava-me convenientemente e estava

satisfeita com minha boa vontade em ajudá-la nas tarefas mais duras.

"Ali estava a chance há muito esperada de mostrar-me útil a meu amo e,

quisessem os deuses, de encontrar um meio para ganhar a liberdade.

"Pedi a Nana-naid que me ensinasse a fazer a massa do pão e assá-lo. Foi o

que ele fez, muito animado com o meu interesse. Mais tarde, quando já dominava

esse terreno, aprendi a preparar e assar os bolinhos de mel. A possibilidade de

ócio encantou meu dono, mas Swasti balançava a cabeça, desaprovando. 'Não

trabalhar é uma coisa ruim para qualquer homem', declarou ela.

"Achei que já era tempo de pensar numa maneira de começar a obter dinheiro para

comprar minha liberdade. Como a feitura dos pães encerrava-se ao meio-dia,

julguei poder contar com a aquiescência de Nana-naid se eu encontrasse uma

ocupação lucrativa para a parte da tarde e que ele não se importaria em dividir

comigo os meus próprios ganhos. Tive a seguinte idéia: por que não assar uma

quantidade maior de bolinhos de mel e vendê-los a homens famintos nas ruas da

cidade?

"Apresentei o plano a Nana-naid, dizendo-lhe: 'Se eu puder usar minhas

tardes, depois que os pães estiverem assados, a fim de ganhar dinheiro para você,

não lhe bastará senão dividir os ganhos comigo, para que eu possa ter o meu

próprio dinheiro e gastá-lo com essas coisas que todo homem deseja e precisa.'

" 'Mais do que justo', concordou ele. Quando lhe falei sobre o plano de vender

nas ruas nossos bolinhos de mel, ele logo se entusiasmou com a idéia. 'Eis o que

faremos', sugeriu. 'Você venderá cada dois bolinhos por uma moeda de cobre.

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