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O Homem Mais Rico da Babilônia - George S. Clason

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Um esboço histórico da Babilônia

NAS PÁGINAS de história não existem cidades mais glamourosas do que a Babilónia.

Seu próprio nome evoca visões de riqueza e esplendor. Seus tesouros de ouro e jóias

eram fabulosos. Alguém logo imaginaria que uma cidade próspera como essa só

poderia estar situada numa pujante região tropical, cercada por ricos recursos naturais,

como florestas e minas. Pois não era o caso. Ela estava localizada junto ao rio

Eufrates, num extenso e árido vale. Não tinha florestas nem minas — e muito menos

pedras para construção. Não se achava sequer próximo a uma daquelas estradas

comerciais da época. Como se não bastasse, a chuva era minguada para o cultivo

de grãos.

A Babilónia é um impressionante exemplo da capacidade do homem para

alcançar grandes objetivos, utilizando o que quer que estivesse à disposição.

Todos os recursos que sustentavam essa grande cidade foram desenvolvidos pelo

homem. Todas as suas riquezas foram por ele produzidas.

A Babilónia possuía apenas dois recursos naturais — um solo fértil e a água do rio.

Numa das maiores realizações de todos os tempos, os engenheiros da Babilónia

desviaram aságuas do rio por meio de represas e imensos canais de irrigação.

Cruzando grandes distâncias através do vale árido, esses canais despejavam

suas águas revigorantes sobre o solo fértil. Isso se coloca entre as primeiras

façanhas da engenharia conhecidas na história. Abundantes colheitas foram a

recompensa por esse sistema de irrigação que o mundo nunca tinha visto antes.

Felizmente, durante sua longa existência, a Babilónia foi governada por

sucessivas linhagens de reis para quem conquistar e pilhar não passavam de

situações episódicas. Embora se tivesse empenhado em muitas guerras, a maioria

era de natureza local e na maior parte das vezes buscavam conter a investida de

ambiciosos conquistadores de outras regiões que cobiçavam seus fabulosos

tesouros. Os magníficos governantes da Babilônia ganharam um lugar na história

por causa de sua sabedoria, espírito de iniciativa e justiça. A Babilónia não

produziu monarcas pomposos que ansiassem por conquistar o mundo conhecido

para que todas as nações pudessem homenagear seu egotismo.

Como cidade, a Babilónia não existe mais. Quando essas estimulantes forças

humanas que a construíram e mantiveram por milhares de anos se dissiparam, ela

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