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O Homem Mais Rico da Babilônia - George S. Clason

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me procurasse para pedir cinqüenta moedas de ouro, eu o interrogaria quanto ao

uso que estava pretendendo dar a uma soma como essa.

"Se ele me respondesse que seu desejo era tornar-se um comerciante e

investir em jóias e suprimentos finos, eu diria: 'Quais são seus conhecimentos

nesse ramo de negócios? Você sabe onde comprar a preços mais baixos? Sabe

onde vender a preços vantajosos?' Ele pode dizer sim a todas essas perguntas?"

— Não, não pode — admitiu Rodan. — Ele já me ajudou na fabricação de

lanças e nas lojas.

— Então eu lhe diria que seus propósitos não são sensatos. Os comerciantes

devem aprender o seu ofício. Por mais valiosa que fosse, sua ambição não teria

chances de sucesso, e eu não lhe emprestaria dinheiro algum.

"Mas vamos supor que ele dissesse: 'Sim, já ajudei muitos comerciantes. Sei

como viajar a Esmirna e ali comprar a preços baixos os tapetes tecidos pelas

donas de casa. Conheço igualmente muitos homens ricos na Babilônia dispostos a

pagar bem por eles.' Eu diria: 'Seu propósito é sensato, e sua ambição, louvável.

Ficarei feliz em lhe emprestar as cinqüenta moedas de ouro, se você me der uma

garantia equivalente ao valor do débito.' Digamos que ele contra-atacasse:

'Não tenho outra garantia senão minha condição de homem honesto e a palavra

de que lhe pagarei bem pelo empréstimo.' Eu seria obrigado a ponderar: 'Tenho

em alta conta cada moeda de ouro. Se os salteadores roubarem essas moedas de

ouro durante sua viagem a Esmirna ou seus tapetes quando estiver voltando, você

então não terá qualquer possibilidade de reembolsar-me, e meu ouro terá ido

embora.'

"O ouro, Rodan, é a mercadoria do emprestador de dinheiro. E fácil

emprestar. Se você concede um empréstimo insensato, ele tem poucas chances

de voltar para o seu bolso. O emprestador prudente deseja não o risco do

empreendimento, mas a garantia de que vai ser reembolsado.

"É uma coisa boa socorrer os que estão em apuros, ajudar aqueles a quem o

destino tem reservado contrariedades pesadas, prestar assistência aos que estão

começando, para que eles possam progredir e tornarem-se cidadãos de valor, mas

tudo isso deve ser propiciado com sensatez. Você com certeza ainda se recorda do

asno da história — em nosso desejo de ser úteis, podemos correr o risco de

carregar os fardos que pertencem a outrem.

"Novamente me desviei de sua pergunta, Rodan, mas ouça minha resposta:

guarde consigo suas cinqüenta moedas de ouro. Aquilo que você ganha com o seu

trabalho e aquilo que lhe dão como uma recompensa pertencem a você, e

ninguém tem o direito de compartilhá-los a menos que você mesmo tenha essa

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