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O Homem Mais Rico da Babilônia - George S. Clason

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tinham um belíssimo cavalo branco, rápido como o vento.

" 'Enquanto viajávamos, eles me disseram que havia em Nínive um homem

riquíssimo, dono de um cavalo tão veloz que nunca tinha sido derrotado. Por sinal,

não acreditava que pudesse existir cavalo mais corredor que o dele. Por isso

estava disposto a apostar qualquer soma, por mais alta que fosse, em como seu

cavalo venceria qualquer outro em toda a Babilónia. Comparado ao deles,

zombavam meus amigos, o animal do niniviano não passava de um pangaré que

podia ser batido com facilidade.

" 'Propuseram-me então, como se estivessem me fazendo um grande favor,

participar com eles da aposta. Fiquei logo entusiasmado com o plano.

" 'Nosso cavalo levou uma surra vergonhosa, e acabei perdendo grande parte do

ouro.' O pai não pôde deixar de rir. 'Mais tarde descobri que se tratava de um plano

fraudulento desses crápulas e que eles constantemente viajavam com caravanas,

procurando sempre novas vítimas. Creio que todos aqui já perceberam que o

homem em Nínive era um associado deles, que dividia entre os três os lucros da

aposta. Esse astucioso golpe me deu minha primeira lição, incitando-me a ter mais

cuidado daí para a frente.

" 'Logo aprenderia outra, igualmente amarga. Na caravana havia um outro

jovem com quem estreitei laços de amizade. Ele era filho de pais ricos, como eu,

viajando a Nínive a fim de encontrar uma posição conveniente. Não muito depois

de nossa chegada, me contou que um comerciante tinha morrido, deixando uma loja

repleta de ricas mercadorias e uma clientela de primeira qualidade que podiam

ser adquiridas por um preço insignificante. Dizendo que seríamos sócios em

partes iguais, mas que antes precisava voltar à Babilónia para investir seu

dinheiro, convenceu-me a comprar a loja apenas com a minha parte,

acrescentando que a dele seria usada mais tarde para levar adiante o

empreendimento.

" 'Ele adiou quanto pôde sua viagem à Babilónia, provando nesse meio tempo ser

um comprador burro e um gastador insensato. Por fim mandei-o embora, mas o

negócio já se deteriorara, a loja repleta de mercadorias que ninguém queria

comprar e eu sem dinheiro para adquirir outras. Passei o que restava a um

israelita por um preço desprezível.

" 'A isso se seguiram, meu pai, dias bastante amargos. Procurei emprego e não

encontrei, pois não tinha profissão nem treinamento que me capacitassem a

ganhar o meu dinheiro. Vendi meus cavalos. Vendi meu escravo. Vendi grande

parte de minhas roupas para que pudesse comer e ter um lugar para dormir, mas

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