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O Homem Mais Rico da Babilônia - George S. Clason

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Outra lua cheia. Trabalhei arduamente, com a cabeça em paz. Minha boa

esposa tem me apoiado na intenção de pagar a meus credores. Devido a nossa

sábia determinação, ganhei durante a última lua, comprando camelos de bom

fôlego e boas pernas para Nebatur, a soma de 19 moedas de prata.

Dividi-a de acordo com meu plano. Separei um décimo para guardar, dividi

sete décimos com a esposa para o nosso sustento. Dois décimos, uniformemente

divididos em moedas de cobre, foram destinados a meus credores.

Não estive com Ahmar, mas deixei a parte dele com sua esposa. Birejik ficou tão

satisfeito que quis beijar minha mão. Só o velho Alkahad continuava rabugento e

disse que eu devia pagar mais rápido. Repliquei-lhe que eu só teria condições de

pagar mais rápido se deixasse de me preocupar com o sustento da casa e de

minha esposa. Todos os demais me agradeceram e elogiaram meus esforços.

Por isso, ao final de uma lua, meu endividamento foi reduzido a quase quatro

moedas de prata, e já tenho quase duas moedas de prata guardadas que ninguém

pode reivindicar. Meu coração se acha mais leve, coisa que há muito não

experimentava.

De novo o plenilúnio. Trabalhei duro, mas com pouco sucesso. Vendi apenas alguns

camelos. Meus ganhos não foram além de 11 moedas de prata. Entretanto, minha

boa esposa e eu continuamos fechados com o plano, ainda que não tenhamos

comprado roupa alguma, limitando-nos, inclusive, a uma alimentação frugal.

Ainda dessa vez separei para guardar um décimo das 11 moedas e sete décimos

para as despesas. Fiquei surpreso quando Ahmar louvou meu pagamento, ainda

que pequeno. Bijerik comportou-se do mesmo modo. Alkahad encolerizou-se, mas,

quando viu que podia ficar sem sua parcela se não a aceitasse, concordou comigo. Os

demais, como sempre, não fizeram quaisquer restrições.

Mais uma vez a lua cheia toma conta do céu, e me sinto extremamente feliz.

Topei com um magnífico rebanho de camelos e comprei alguns bem saudáveis, tendo

conseguido ganhar 42 moedas de prata. Esta lua minha esposa e eu compramos

sandálias e roupas, de que estávamos bem necessitados. Além disso, fizemos boas

ceias, acompanhadas inclusive de aves.

Paguei aos credores mais de oito moedas de prata. Dessa vez, nem Alkahad

protestou.

Grande é o plano, pois ele tem nos tirado do endividamento e propicia-nos a

possibilidade de guardar o que nos pertence de direito.

Já se passaram três luas cheias desde que fiz este último entalhe na argila. Em

cada uma delas paguei a mini mesmo um décimo de tudo quanto consegui com o meu

trabalho. E durante esse mesmo tempo minha boa esposa e eu vivemos sempre com

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