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Revista eMOBILIDADE+ #01

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

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Reportagem<br />

Adeus gasóleo<br />

A GASNAM é a associação ibérica de<br />

transporte sustentável que integra a<br />

cadeia de valor do gás e do hidrogénio<br />

para alcançar os desafios ambientais,<br />

económicos e operacionais do transporte<br />

por terra, mar e ar e defende que<br />

apesar de o Gás Natural Veicular já<br />

dispor de uma rede “com uma capilaridade<br />

bastante interessante, tanto a nível<br />

nacional, como em termos europeus”,<br />

o mesmo “tem vindo a ser excluído de<br />

apoios fiscais, mormente ao nível da<br />

chamada utilização profissional como<br />

acontece com o «gasóleo profissional»<br />

desde 2016”. Este aspeto, na opinião de<br />

Victor Cardial, acaba por “limitar o potencial<br />

de crescimento do setor e, sobretudo,<br />

a introdução progressiva de combustíveis<br />

renováveis no setor dos transportes<br />

pesados e profissionais, de acordo com<br />

as metas que estão consagradas no Plano<br />

Nacional de Energia e Clima”.<br />

São inúmeras as empresas de transporte<br />

em Portugal que já utilizam este<br />

combustível e, segundo a GASNAM, na<br />

“maioria dos operadores públicos de<br />

transporte de passageiros, a adaptação é<br />

muito rápida, sendo apenas necessário,<br />

no caso do gás natural liquefeito, obter<br />

uma formação em segurança de abastecimento<br />

para lidar com combustíveis<br />

que estão a temperaturas criogénicas<br />

(negativas)”. Quanto à condução, não<br />

existem quaisquer alterações face aos<br />

combustíveis convencionais.<br />

À preocupação ambiental junta-se o<br />

problema da rentabilidade da tecnologia<br />

e, ao eMobilidade +, Victor Cardial<br />

é muito claro no que diz respeito ao<br />

investimento necessário para tornar o<br />

biogás competitivo face ao gasóleo: “A<br />

produção de biogás e a sua purificação<br />

para obter o biometano implica um<br />

investimento médio de 1,2 milhões de<br />

euros para uma capacidade de produção<br />

da ordem dos 1.000 m3/h. Acreditamos<br />

que, após a regulamentação da emissão<br />

das garantias de origem dos gases renováveis,<br />

estão criadas as condições para<br />

serem dados passos sólidos no sentido<br />

de permitir a progressiva penetração<br />

dos gases renováveis na mobilidade, até<br />

porque já estava prevista a isenção de<br />

ISP e de taxa de adicionamento nestes<br />

combustíveis, o que, do ponto de vista<br />

económico, constitui um sinal muito<br />

positivo para a sua competitividade face<br />

aos combustíveis de origem fóssil”.<br />

Questionado sobre se considera que o<br />

gás natural veicular se afigura a solução<br />

mais adequada para o futuro do<br />

transporte, o delegado da GASNAM<br />

afirma que este “continua a constituir-<br />

-se como a solução com maturidade<br />

tecnológica que no imediato permite<br />

obter ganhos ambientais consideráveis<br />

com uma recuperação do investimento<br />

a curto prazo, sobretudo no transporte<br />

profissional de médio e longo curso”.<br />

No entanto, admite que, para a associação,<br />

“todas as soluções são compatíveis<br />

e cabe a cada utilizador selecionar qual<br />

a melhor para o seu caso, sendo que a<br />

médio prazo os veículos a hidrogénio se<br />

apresentarão como uma solução muito<br />

interessante”.<br />

Sobre este tema, Victor Cardial lembra<br />

que “a obtenção de hidrogénio a partir<br />

do gás natural com captura de carbono<br />

é, atualmente, a forma mais usual. A<br />

médio prazo, a produção de hidrogénio<br />

a partir da eletrólise da água e com<br />

utilização de eletricidade renovável,<br />

apresenta-se como uma solução muito<br />

adequada em termos ambientais, permitindo<br />

o fornecimento de e-combustíveis<br />

como o e-metano”. Devido à guerra, é<br />

preciso, no entanto, notar que o preço do<br />

gás subiu exponencialmente no último<br />

ano, originando uma quebra na procura.<br />

HIDROGÉNIO: RESPONDER<br />

ÀS NECESSIDADES<br />

Voltando um pouco atrás, temos, então,<br />

a mobilidade elétrica que ainda não é<br />

capaz de suprir as operações diárias fora<br />

do perímetro urbano e o gás natural que,<br />

cumprindo no departamento da autonomia,<br />

não preenche todos os requisitos<br />

para a desejada descarbonização.<br />

A grande alternativa ao gasóleo e à gasolina<br />

pode, como tal, ser o hidrogénio,<br />

o elemento químico na natureza e que<br />

pode ser um combustível não poluente.<br />

Nuno Bimbo, Professor Auxiliar de Engenharia<br />

Química na Universidade de<br />

HÁ MAIS A FAZER!<br />

Nuno Bimbo aclara ainda que<br />

“nem todo o hidrogénio produzido<br />

a partir de eletrólise é «verde» já que<br />

as emissões que lhe estão associadas<br />

irão sempre depender do método<br />

usado para a produção dessa mesma<br />

eletridade<br />

58 e-MOBILIDADE

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