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editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
Paleta <strong>de</strong> cores<br />
Certamente, você já foi impactado por uma campanha que associa a cor a um <strong>de</strong>terminado<br />
mês do ano para conscientizar sobre temas geralmente ligados à saú<strong>de</strong>.<br />
A mídia out-of-home é uma das mais eficazes para espalhar esses alertas à<br />
população das cida<strong>de</strong>s. O primeiro e mais famoso movimento a puxar esse calendário<br />
<strong>de</strong> cores foi o Outubro Rosa, que chama a atenção para a importância da mamografia<br />
como método <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção precoce do câncer <strong>de</strong> mama.<br />
Surgida nos anos <strong>de</strong> 1990 nos Estados Unidos, quando a Fundação Susan G. Komen for<br />
the Cure distribuiu laços cor-<strong>de</strong>-rosa para os participantes da primeira ‘Corrida pela<br />
cura’, a iniciativa chegou ao Brasil em 2008, trazida pela Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Instituições<br />
Filantrópicas <strong>de</strong> Apoio à Saú<strong>de</strong> da Mama (Femama) em parceria com a Ogilvy.<br />
De lá para cá, inúmeras marcas se inspiram no rosa todos os anos para fazer o alerta<br />
a seu público, bem como diversos prédios comerciais, monumentos e pontos turísticos<br />
são iluminados pela cor. Reportagem nesta edição mostra que o impacto é certo,<br />
porém, o que se começa a questionar é o excesso e a repetição <strong>de</strong> cores para tantos<br />
alertas, e a legitimida<strong>de</strong> e a (possível) banalização das campanhas.<br />
Em <strong>janeiro</strong>, o branco trata da saú<strong>de</strong> mental, o roxo aborda a hanseníase e o ver<strong>de</strong> água<br />
alerta para o câncer do colo do útero. Em fevereiro, o roxo volta para alertar sobre alzheimer,<br />
lúpus e fibromialgia e o laranja a respeito da leucemia, enquanto março realça<br />
o lilás (câncer do colo do útero) e o azul escuro (câncer colorretal). Já no primeiro trimestre<br />
do ano, o emaranhado <strong>de</strong> cores prevalece e segue assim o ano inteiro.<br />
Além do Outubro Rosa, entre os movimentos mais conhecidos estão o Maio Amarelo,<br />
para alertar sobre aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito; e o Novembro Azul, que previne sobre o câncer<br />
<strong>de</strong> próstata. O amarelo também volta em setembro para prevenção ao suicídio. Como<br />
a paleta é limitada, as cores são repetidas e usadas em diferentes campanhas várias<br />
vezes, o que po<strong>de</strong> gerar confusão para o público.<br />
“A estratégia cria confusão. Além disso, o excesso gera incômodo, fadiga e <strong>de</strong>sinteresse<br />
em quem consome. O foco é um princípio básico da comunicação. Quando as causas<br />
competem, simultaneamente, entre si, por um espaço em nossa psique, elas per<strong>de</strong>m<br />
força”, avalia o sociólogo Gabriel Rossi, pesquisador e professor <strong>de</strong> comunicação e consumo<br />
da ESPM.<br />
No entanto, na visão do especialista, as marcas que tiverem consistência e souberem<br />
planejar as ações com responsabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão obter resultados com a estratégia <strong>de</strong><br />
associação <strong>de</strong> cores, que po<strong>de</strong> funcionar como um atalho na mente. “Somos seres simbólicos<br />
por natureza, estimulados por ações com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> representação. Atrelar uma<br />
cor a um mês funciona como um atalho na mente das pessoas para problemas sérios<br />
que precisam ser comunicados”, pon<strong>de</strong>ra Rossi.<br />
Há vários cases que comprovam a tese. No Maio Amarelo <strong>de</strong> 2023, por exemplo, a Chevrolet,<br />
marca da GM, fechou uma parceria com a CNN Brasil que permitiu colorir a logomarca<br />
da montadora <strong>de</strong> amarelo e veicular chamadas exibidas na programação. O<br />
vermelho característico da tarja <strong>de</strong> notícias da emissora também foi substituído pela<br />
cor do mês. A intervenção informava sobre os números <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito no país,<br />
além <strong>de</strong> convidar os motoristas a terem mais prudência ao dirigir.<br />
Para Paulo Salles, diretor <strong>de</strong> criação da Ogilvy Brasil, a comunicação que utiliza cores<br />
gera reconhecimento e engajamento para alcançar a população. “E isso comprovamos<br />
com pesquisas <strong>de</strong> mercado e listenings. Hoje, temos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
prevenção bem difundida em <strong>de</strong>terminadas datas, o que é positivo para criar uma mensagem<br />
coerente e clara”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Salles.<br />
O retorno positivo levou a agência a ampliar o alcance <strong>de</strong> campanhas sobre câncer. Em<br />
parceria com a farmacêutica Pfizer, a Ogilvy batizou em 2023 a comunicação da plataforma<br />
<strong>de</strong> awareness ‘Bora falar <strong>de</strong> câncer’ como ‘Calendário pela vida’, com ações ao longo do ano.<br />
Frase:“O ano <strong>de</strong> <strong>2024</strong> não será <strong>de</strong> produto, mas <strong>de</strong> estratégia.” (Wilson Barcellos, CEO da<br />
Azimut Brasil, no Estadão).<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />
1ª<br />
2ª<br />
Relatório da CP+B mostrou que Kwai, Chevrolet e Mercado Livre,<br />
respectivamente, foram as marcas mais citadas nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
impulsionadas pelas Provas do Lí<strong>de</strong>r no ‘BBB 24’.<br />
3ª<br />
As marcas mais mencionadas<br />
do ‘BBB 24’, segundo a CP+B<br />
Netflix fecha acordo para ter<br />
luta livre ao vivo na plataforma<br />
A Netflix fechou um acordo para transmissão da WWE Raw, franquia <strong>de</strong> luta<br />
livre que pertence ao Grupo TKO. De acordo com o The Drum, os valores da<br />
negociação chegaram a US$ 5 bilhões.<br />
Por que os clubes brasileiros<br />
têm apostado em naming rights<br />
Especialistas em marketing esportivo dizem que o aumento <strong>de</strong> clubes que<br />
têm vendido os naming rights <strong>de</strong> seus estádios para marcas se intensificou<br />
após a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014. Atualmente, o Brasil tem sete arenas com os<br />
direitos já negociados.<br />
4ª<br />
A Propeg foi escolhida como a agência do ano do prêmio Colunistas Norte-<br />
Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> 2023. A agência foi premiada com quatro Gran<strong>de</strong>s Prêmios, três<br />
para o case ‘Segunda chance’, feito para a Responsa.<br />
5ª<br />
Propeg vence como Agência do ano<br />
do Colunistas Norte-Nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> 2023<br />
Sadia reforça tradição e resgata<br />
memória afetiva com ‘Juvenal’<br />
A Sadia apostou no tom afetivo na sua nova campanha, que tem como<br />
objetivo reforçar a qualida<strong>de</strong> e a tradição da marca. A peça ressalta os<br />
produtos sazonais do verão e resgata o bordão ‘Nem a pau, Juvenal’.<br />
jornal propmark - <strong>29</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 3