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A formação da pedagoga e <strong>do</strong> <strong>pedagogo</strong>:<br />

pressupos e perspectivas<br />

1 A práticA como imitAção de modeloS<br />

O exercício de qualquer profissão é prático, no senti<strong>do</strong> de que se<br />

trata de aprender a fazer ‘algo’ ou ‘ação’. A profissão de professor também<br />

é prática. E o mo<strong>do</strong> de aprender a profissão, conforme a perspectiva da<br />

imitação, será a partir da observação, imitação, reprodução e, às vezes, da<br />

re-elaboração <strong>do</strong>s modelos existentes na prática, consagra<strong>do</strong>s como bons.<br />

Muitas vezes nossos alunos aprendem conosco, nos observan<strong>do</strong>, imitan<strong>do</strong>,<br />

mas também elaboran<strong>do</strong> seu próprio mo<strong>do</strong> de ser a partir da análise crítica <strong>do</strong><br />

nosso mo<strong>do</strong> de ser. Nesse processo escolhem, separam aquilo que consideram<br />

adequa<strong>do</strong>, acrescentam novos mo<strong>do</strong>s, adaptan<strong>do</strong>-se aos contextos nos quais<br />

se encontram. Para isso, lançam mão de suas experiências e <strong>do</strong>s saberes que<br />

adquiriram.<br />

Em que pese a importância dessa forma de aprender, ela não é<br />

suficiente e apresenta alguns limites. Nem sempre o aluno dispõe de elementos<br />

para essa ponderação crítica e apenas tenta transpor os modelos em situações<br />

para as quais não são adequa<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, o conceito de bom professor<br />

é polissêmico, passível de interpretações diferentes e mesmo divergentes.<br />

A prática como imitação de modelos tem si<strong>do</strong> denominada por<br />

alguns autores de ‘artesanal’, caracterizan<strong>do</strong> o mo<strong>do</strong> tradicional da atuação<br />

<strong>do</strong>cente, ainda presente em nossos dias. O pressuposto dessa concepção<br />

é o de que a realidade <strong>do</strong> ensino é imutável e os alunos que freqüentam a<br />

escola também o são. Idealmente concebi<strong>do</strong>s, à escola, competiria ensiná-los,<br />

segun<strong>do</strong> a tradição. Não cabe, pois, considerar as transformações históricas<br />

e sociais decorrentes <strong>do</strong>s processos de democratização <strong>do</strong> acesso, que trouxe<br />

para a escola novas demandas e realidades sociais, com a inclusão de alunos<br />

até então marginaliza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo de escolarização e <strong>do</strong>s processos de<br />

transformação da sociedade, de seus valores e das características que crianças e<br />

jovens vão adquirin<strong>do</strong>. Ao valorizar as práticas e os instrumentos consagra<strong>do</strong>s<br />

tradicionalmente como modelos eficientes, a escola resume seu papel a ensinar;<br />

se os alunos não aprendem, o problema é deles, de suas famílias, de sua cultura<br />

diversa daquela tradicionalmente valorizada pela escola.<br />

A formação <strong>do</strong> professor, por sua vez, se dará pela observação<br />

e tentativa de reprodução dessa prática modelar; como um aprendiz que<br />

aprende o saber acumula<strong>do</strong>. Essa perspectiva está ligada a uma concepção<br />

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