formacao-do-pedagogo_e-book
formacao-do-pedagogo_e-book
formacao-do-pedagogo_e-book
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
B r a B o, T.S.a.M.; cordeiro, a.P.; Milanez, S.G.c. (orG.)<br />
o respeito, perceben<strong>do</strong>, aos poucos, que as pessoas têm diferentes necessidades<br />
e maneiras de pensar.<br />
Inúmeras pesquisas (BAGAT, 1986; ARAúJO, 1993; DEVRIES;<br />
ZAN, 1995; VINhA, 2000; TOGNETTA, 2003) têm confirma<strong>do</strong> que o<br />
desenvolvimento da moralidade está relaciona<strong>do</strong> à qualidade das relações<br />
que se apresentam nos ambientes sociais nos quais o indivíduo interage, se<br />
cooperativos ou autoritários. Estes estu<strong>do</strong>s indicam que as escolas influenciam<br />
de mo<strong>do</strong> significativo na formação moral das crianças e jovens, quer queiram<br />
ou não. Todavia, poucas em direção à autonomia. É impossível evitar<br />
mensagens que dizem respeito a moralidade, já que as relações intra-escolares<br />
embasam-se em normas e comportamentos, fornecen<strong>do</strong> informações sobre o<br />
que é bom ou mau, certo ou erra<strong>do</strong>.<br />
Um ambiente escolar coercitivo ou autocrático engendra em<br />
heteronomia, visto que pre<strong>do</strong>minam as relações de respeito unilateral,<br />
preponderan<strong>do</strong> a autoridade <strong>do</strong> adulto e a submissão da criança, haven<strong>do</strong><br />
a imposição de um sistema de regras obrigatórias, normas, verdades prontas<br />
e completamente elaboradas e os instrumentos geralmente utiliza<strong>do</strong>s para<br />
fazer com que aja o cumprimento das normas são as imposições em nome da<br />
autoridade e o uso de punições, ameaças ou recompensas (LUKJANENKO,<br />
1995). Nesse tipo de relação não há trocas efetivas, reciprocidade ou<br />
cooperação, portanto o sujeito não é leva<strong>do</strong> a perceber o ponto de vista <strong>do</strong><br />
outro, muito menos a coordenar as diferentes perspectivas, ou cooperar.<br />
No cooperativo, em que a autoridade <strong>do</strong> adulto é minimizada,<br />
consideran<strong>do</strong> que a cooperação ocorre necessariamente a partir da convivência<br />
da criança com seus pares, são propiciadas e estimuladas as trocas sociais entre<br />
os alunos, com o pre<strong>do</strong>mínio das relações de respeito mútuo. Nessas relações<br />
respeitam-se princípios morais, e evita-se a imposição de regras prontas,<br />
pois estas são construídas por acor<strong>do</strong> de to<strong>do</strong>s. É a vivência da democracia,<br />
cuja prática efetiva solicita a descentração e favorece o desenvolvimento da<br />
autonomia, visto que existe a constante necessidade de trocar os pontos de<br />
vista e as experiências, na tentativa de coordenar as diferentes perspectivas e as<br />
ações para estabelecer regras igualitárias.<br />
A compreensão desses aspectos da moralidade é importante para<br />
os educa<strong>do</strong>res, porque, é preciso considerar que se os valores morais não<br />
42