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A formação da pedagoga e <strong>do</strong> <strong>pedagogo</strong>:<br />
pressupos e perspectivas<br />
direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de comunicação e<br />
apropriação de saberes e mo<strong>do</strong>s de ação, ten<strong>do</strong> em vista objetivos de formação<br />
humana, considera<strong>do</strong>s a partir de contextos sociais e culturais concretos.<br />
Este entendimento permite falar de <strong>do</strong>is grandes grupos de <strong>pedagogo</strong>s<br />
profissionais: 1) <strong>pedagogo</strong>s em senti<strong>do</strong> amplo, no qual se incluem to<strong>do</strong>s os<br />
profissionais que se ocupam de <strong>do</strong>mínios e problemas da prática educativa em<br />
suas várias manifestações e modalidades, incluin<strong>do</strong>, especialmente, professores<br />
<strong>do</strong> ensino público e priva<strong>do</strong> que atuam em to<strong>do</strong>s os níveis e modalidades<br />
de ensino; 2) <strong>pedagogo</strong>s em senti<strong>do</strong> estrito, que podem ser chama<strong>do</strong>s de<br />
“especialistas”, que se dedicam à investigação pedagógica em senti<strong>do</strong> estrito,<br />
à gestão de sistemas escolares e escolas, à coordenação pedagógica e curricular<br />
de escolas, a vários tipos de formação profissional, a atividades de educação<br />
especial, à teoria da avaliação e práticas de procedimentos avaliativos, animação<br />
sociocultural, formação continuada em empresas, escolas e outras instituições.<br />
Cumpre, em meio a essas considerações, dar destaque à formação<br />
de <strong>pedagogo</strong>s para atuação nas escolas como diretores e coordena<strong>do</strong>res<br />
pedagógicos. Em artigo escrito há alguns anos, eu denunciava algumas graves<br />
consequências das políticas de formação de educa<strong>do</strong>res, não apenas as oficiais<br />
como as vinculadas a associações como a ANFOPE, entre elas: o precário<br />
desenvolvimento das teorias pedagógicas no Brasil, o desaparecimento <strong>do</strong>s<br />
estu<strong>do</strong>s pedagógicos nos cursos de pedagogia, a supressão da formação<br />
específica de especialistas para a escola (diretor de escola, coordena<strong>do</strong>r<br />
pedagógico, orienta<strong>do</strong>r educacional). Eu escrevia:<br />
A descaracterização <strong>do</strong> campo teórico da pedagogia e da atuação<br />
profissional <strong>do</strong> <strong>pedagogo</strong> limite e enfraquece a investigação no âmbito<br />
da ciência pedagógica. Não se estuda pedagogia no curso de pedagogia, a<br />
teoria pedagógica e a investigação de formas específicas de ação pedagógica<br />
estão ausentes das faculdades de educação. Em boa parte delas, quem<br />
emite juízos sobre questões de pedagogia são os sociólogos, os cientistas<br />
políticos, os especialistas em políticas educacionais, os psicólogos,<br />
não os <strong>pedagogo</strong>s. E pior, com as mudanças curriculares centradas na<br />
<strong>do</strong>cência, não são mais forma<strong>do</strong>s os <strong>pedagogo</strong>s para pensar e formular<br />
políticas para as escolas, analisar criticamente inovações pedagógicas,<br />
formular teorias de aprendizagem, investigar novas meto<strong>do</strong>logias de<br />
ensino, concepções procedimentos de avaliação escolar, etc. Não são mais<br />
forma<strong>do</strong>s administra<strong>do</strong>res educacionais, diretores de escola, coordena<strong>do</strong>res<br />
pedagógicos, profissionais para a gestão <strong>do</strong> currículo e promoção <strong>do</strong><br />
desenvolvimento profissional <strong>do</strong>s professores, ou seja, profissionais que<br />
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