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A formação da pedagoga e <strong>do</strong> <strong>pedagogo</strong>:<br />
pressupos e perspectivas<br />
desinteressante. O professor precisa refletir se os indícios de indisciplina não<br />
são decorrentes de uma práxis pedagógica inerte, de uma atitude autoritária<br />
ou permissiva ou ainda, relaciona<strong>do</strong>s à ausência de uma boa dinâmica na<br />
classe (crianças muito tempo sentadas, esperan<strong>do</strong>, sem fazer nada). Muitas<br />
vezes, a questão não deve ser resolvida com uma nova regra, mas, sim, com<br />
uma séria e imparcial revisão <strong>do</strong> problema, com tomada de consciência e<br />
com mudanças de atitudes, procedimentos ou estratégias pelo educa<strong>do</strong>r. É<br />
necessário procurar compreender os motivos reais, que seja feita uma revisão<br />
imparcial e profunda da questão, <strong>do</strong> contrário estar-se-á atuan<strong>do</strong> apenas sobre<br />
as conseqüências e não na causa principal.<br />
Constata-se que da mesma forma que as crianças trabalham com<br />
mais empenho para atingir uma meta que elas próprias colocaram para si, há<br />
também um respeito maior com relação àquelas regras elaboradas por elas e<br />
para elas. Observou-se na classe da professora democrática uma auto-regulação<br />
individual e <strong>do</strong> grupo maior <strong>do</strong> que na classe da professora autocrática. As<br />
crianças não ficavam esperan<strong>do</strong> passivamente as ordens ou orientações da<br />
professora para agir, pois sabiam com antecedência e por experiência o que<br />
fazer e a necessidade de se seguir certas normas. Muitas vezes, eram as próprias<br />
crianças que cobravam uma das outras quan<strong>do</strong> uma regra estava sen<strong>do</strong><br />
descumprida, o que indicava o sentimento de propriedade por essas regras,<br />
ou seja, que a infração à norma não era somente um desrespeito à autoridade<br />
<strong>do</strong> professor, mas sim contrária ao grupo que as havia estabeleci<strong>do</strong>, isto é, aos<br />
próprios colegas.<br />
Outras vezes era a própria professora, quan<strong>do</strong> necessário, que<br />
intervinha, retoman<strong>do</strong> as regras, procuran<strong>do</strong> cobrar a coerência entre os<br />
atos e aquilo que havia si<strong>do</strong> acorda<strong>do</strong> pela criança. Ela procurava questionar<br />
as crianças sobre os objetivos <strong>do</strong> grupo ou da proposta e refletir se os<br />
comportamentos que estavam ten<strong>do</strong> eram coerentes ou não com os objetivos.<br />
Na classe democrática, quan<strong>do</strong> era constata<strong>do</strong> que algumas regras<br />
não estavam “dan<strong>do</strong> certo”, ou quan<strong>do</strong> uma das partes se sentia prejudicada, o<br />
acor<strong>do</strong> anterior era novamente analisa<strong>do</strong>, revisto e, se necessário, era reelabora<strong>do</strong><br />
(ou combinavam-se outros), num processo de negociação constante. Ao rever<br />
e rediscutir as regras sempre que for preciso, ao modificá-las ou construir<br />
outras quan<strong>do</strong> necessário, o professor está auxilian<strong>do</strong> a criança a compreender<br />
que uma norma não é boa ou ruim por si mesma, e que a validade dessa<br />
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