p e q u e n o s a n i m a i sde fratura (72,58%). Quanto à oncologia, os tumores mamáriosforam responsáveis por 68,75% dos atendimentos.DiscussãoConsiderando a importância dos felinos na relação humana,e por suas características distintas, é possível verificarque os mesmos representaram 8,62% do atendimentono hospital veterinário avaliado, número superior aosATENDIMENTOSNÚMERO DECASOSFREQUÊNCIA(%)Caninos 3859 91,38Felinos 364 8,62Total 4223 100Tabela 1 – Casuística no atendimento de caninos e felinos noHospital Veterinário da Universidade de Marília no período de janeirode 2007 a dezembro de 2009.gêneroNÚMERO DECASOSFREQUÊNCIA(%)Fêmeas 191 52,47Machos 173 47,53Total 364 100Tabela 2 – Caracterização do sexo dos felinos atendidos no HospitalVeterinário da Universidade de Marília no período de janeiro de 2007 adezembro de 2009.raçaNÚMERO DECASOSFREQUÊNCIA(%)Sem raça definida 281 77,20Siamês 54 14,83Persa 29 7,67Total 364 100Tabela 3 – Caracterização da raça dos felinos atendidos no HospitalVeterinário da Universidade de Marília no período de janeiro de 2007 adezembro de 2009.área deatendimentoNÚMERO DECASOSFREQUÊNCIA(%)Clínica Cirúrgica 204 56,04Clínica Médica 160 43,64Total 364 100Tabela 4 – Caracterização da área de atendimento aos felinos noHospital Veterinário da Universidade de Marília no período de janeirode 2007 a dezembro de 2009.encontrados por Pinto (1998) e Corona et al. (2004), queevidenciaram 7,2% e 6,75% respectivamente. Porém, essenúmero é inferior aos registrados por Fischer & Petrucci(2005), que indicaram 14%, e por Corrêa et al. (2008), queindicaram 24,75%. Dentro das características epidemiológicas,dados como sexo, raça e idade são fundamentais parao estudo preciso da população envolvida e o consequentereflexo nas enfermidades de maior ocorrência. Em relaçãoao sexo, os achados neste artigo concordam com dados daliteratura, que apresentaram uma prevalência maior parafêmea (PINTO, 1998; CORONA et al. 2004; FISCHER &PETRUCCI, 2005; ISSAKOWICZ et al., 2010). Quanto àsraças, 77,19% dos felinos envolvidos foram caracterizadospor serem sem raça definida, seguidos por siameses e persas,corroborando com os achados de Lima et al. (2007),Corrêa et al. (2008) e Issakowicz et al. (2010).Um aspecto relevante no conhecimento do paciente felinodiz respeito às principais enfermidades diagnosticadas.Nesse sentido, é possível verificar que no setor de ClínicaMédica, as doenças do sistema urinário foram as mais frequentes(29,37%) concordando com Issakowicz et al. (2010).Destaca-se nesse sistema a DTUIF, que foi da ordem de85%, seguindo os achados de Fischer & Petrucci (2005), queobservaram ser essa a afecção de maior ocorrência, representandoa totalidade nos atendimentos. É sabido que asformas terapêuticas no controle da DTUIF podem ser tantoclínicas quanto cirúrgicas (SLATTER, 2003). Nesse caso,a doença em questão representou 11% do total do atendimentoclínico, semelhante ao encontrado por Lima et al.(2007), com 10,45%. A segunda maior casuística na áreaclínica envolveu o sistema digestório, com 16,25%, corroborandoCorrêa et al. (2008), que obtiveram para esse sistema13,5%, enquanto Issakowicz et al. (2010), 12,3%. Nossos resultadoschamam atenção para as endoparasitoses, que representaram42,3% dos casos de acometimento gastroentérico,o que não é registrado em nenhuma literatura consultada.Já as doenças infecciosas foram as de frequência posterior,com 11,87%, sendo o Complexo Respiratório Felino o demaior ocorrência, com 63,16%, dado esse que segue Fischer& Petrucci (2005) e Naufal et al. (2007), com 68,8% e 42,53%respectivamente. A dermatologia registrou uma casuísticaconsiderável no estudo, com 11,25% do atendimento clínico,semelhante aos achados de Issakowicz et al. (2010). Destacaram-seas dermatofitoses, com 33,33%, patologia de maioracometimento dentre as dermatopatias, fato esse observadotambém em Fischer & Petrucci (2005).Outro setor de importância no estudo e conhecimentodas enfermidades dos felinos é a Clínica Cirúrgica,em que foram observadas com maior frequência aspatologias da reprodução, com 46,07% do total, concordandocom Pinto (1998), que obteve alta casuística nessa10 mv&z c r m v s p . g o v . b r
p e q u e n o s a n i m a i sárea. Sobressaíram-se, em nosso estudo, os casos de esterilização,tanto de machos quanto de fêmeas (80,85%),indicando que esse número provavelmente é devido àconscientização da população quanto ao controle de natalidade,associada às campanhas de castração realizadasno município de Marília (SP). Em seguida, observou-se amanifestação do sistema musculoesquelético com 30,39%dos casos, sendo a maioria (72,58%) representada por atendimentosde animais acidentados com vários tipos de fraturas,conforme Corrêa et al. (2008), que concluíram queas afecções dos pacientes que necessitavam de internaçãoeram, em sua maioria, correspondentes a quadros relacionadosa traumas. Outra manifestação cirúrgica diz respeitoàs neoplasias, representando 7,84%, situação tambémvista por Corrêa et al. (2008) e Issakowicz et al. (2010). Asneoplasias mamárias tiveram a maior ocorrência entre osdistúrbios oncológicos (68,75%), corroborando Finamor etal. (2003), que observaram uma porcentagem de 72,9%, eFischer & Petrucci (2005), com 76,9%.Considerações finaisOs gatos estão se tornando o mais popular animal decompanhia no mundo ocidental urbano, particularmentedevido ao estilo de vida adotado pelas pessoas, representandoinclusive uma maior presença na casuística dosestabelecimentos de saúde veterinária. Por esse estudo retrospectivo,é possível observar que a espécie felina foi representadana sua maioria, por fêmeas, sem raça definida, comuma média de idade de três anos, sendo suas enfermidadesdeterminadas principalmente, na área de clínica médica,por distúrbios urinários e, na área cirúrgica, por distúrbiosreprodutivos. Desse modo, ressaltam-se as peculiaridadesque caracterizam o felino como um animal que necessita dediferentes condições de manutenção. Eles também devemser encarados de forma distinta na clínica veterinária, emvirtude de sua especificidade, alertando o profissional médicoveterinário para os cuidados preconizados.ReferênciasALMEIDA, F. M.; SILVA, M. M. O.; LABARTHE, N. Giardia spp. em amostras fecais degatos domésticos do Rio de Janeiro, RJ. Acta Scientiae Veterinariae, v. 35, n. 2, p. 468-9,2007.ALVES, M. C. G. P.; DE MATOS, M. R.; REICHMANN, M. L.; DOMINGUEZ, M. H. Dimensionamentoda população de cães e gatos do interior do Estado de São Paulo. Revista deSaúde Pública, v. 39, n. 6, p. 891-7, 2005.BALDA, A. C.; LARSSON, C. E.; OTSUKA, M.; GAMBALE, W. Estudo retrospectivo decasuística das dermatofitoses em cães e gatos atendidos no serviço de dermatologia daFaculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Acta ScientiaeVeterinariae, v. 32, n. 2, p. 133-40, 2004.CARVALHO, M. P. P.; KOIVISTO, M. B. DE; PERRI, S. H. V.; SAMPAIO, T. S. M. C. Estudoretrospectivo da esterilização em cães e gatos no município de Araçatuba, SP. RevistaCiência em Extensão, v. 3, n. 2, p. 81-94, 2007.CORONA, A. L. V.; FRANCO, R. P.; MANHOSO, F. F. R.; AZEVEDO, M. M. Estudo retrospectivode casos clínicos homeopáticos atendidos no Hospital Veterinário de Marília.Pesquisa Homeopática, v. 19, n. 2, p. 08-15, 2004.CORRÊA, T. P.; VALLE, M. C. A. D.; BATTAGLIA, L. A.; PONCE, F. G. Estudo retrospectivodos pacientes internados no Hospital Veterinário Pompéia durante o período de janeiro adezembro de 2007. Pesquisa Veterinária Brasileira, Supl. 28, 2008.DIAS, R. A.; GARCIA, R. C.; SILVA, D. F.; AMAKU, M.; FERREIRA NETO, J. S.; FERREIRA,F. Estimativa de populações canina e felina domiciliadas em zona urbana do Estado de SãoPaulo. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 4, p. 565-70, 2004.FINAMOR, S.; RODRIGUES, N. C.; ESMERALDINO, A. T.; FALLAVENA, L. C. B. Estudoretrospectivo da prevalência e classificação das neoplasias em pequenos animais diagnosticadasno laboratório de Histopatologia Veterinária/ULBRA. Revista Veterinária em Foco,v. 1, n. 2, p. 73-80, 2004.FISCHER, C. D. B.; PETRUCCI, C. G. O. Estudo retrospectivo de casos clínicos atendidosna disciplina de Clínica Veterinária II da Faculdade de Veterinária da Universidade Luteranado Brasil (ULBRA), no período de agosto de 1999 a dezembro de 2004. Revista Veterináriaem Foco, v. 2, n. 2, p. 147-55, 2005.FUNADA, M. R.; PENA, H. F. J.; SOARES, R. M.; AMAKU, M.; GENNARI, S. M. Freqüênciade parasitos gastrintestinais em cães e gatos atendidos em hospital-escola veterinário dacidade de São Paulo. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 59, n.5, p. 1338-40, 2007.GENARO, G. Gato doméstico: futuro desafio para controle da raiva em áreas urbanas?Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 30, n. 2, p. 186-9, 2010.HORTA, P. V. P. Alterações Clínicas, Laboratoriais e Eletrocardiográficas em Gatos comObstrução Uretral. São Paulo, 2006. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) Faculdadede Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.ISSAKOWICZ, J. C.; NICOLAO, T. C.; VIEIRA, M. N.; LIMA, E. L.; CAMPOS, F. L. Casuísticados atendimentos de felinos na Clínica Escola Veterinária da UNICENTRO no triênio2006-2008. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n. 14, 2010. Disponívelem: . Acesso em: 04 mar. 2010.LIMA, E. R.; REIS, J. C.; ALMEIDA, E. L.; MOURA, R. T. D.; CAVALCANTI, V. F.; GOMES,Y. M. V.; OLIVEIRA, C. C.; SOUZA, D. S. Doença do trato urinário inferior em gatosdomésticos (Felis domesticus, Linnaeus, 1758), atendidos no Hospital Veterinário da UniversidadeFederal Rural de Pernambuco. Revista Ciência Veterinária nos Trópicos, v. 10,n. 2/3, p. 113-8, 2007.MATTOS, L. S.; BEVILAQUA, C. M. L. O gato doméstico (Felis catus) como potencialhospedeiro reservatório de Leishmania (Viannia) braziliensis. Fortaleza. 2005. Tese(Doutorado). Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária.NAUFAL, R. J.; CORAZZA, L. H.; ORICO, L. D. Estudo retrospectivo da ocorrência dedoenças infecciosas de caráter sistêmico em gatos na casuística do HOVET-Metodista. In:34º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Santos/SP, 2007. Anais. 2007NOBRE, M. O.; MEIRELES, M. C. A.; CORDEIRO, J. M. C. Importância do felino domésticona epidemiologia da dermatofitose por Microsporum canis. Revista da Faculdadede Zootecnia, Veterinária e Agronomia. Campus de Uruguaiana, v. 7/8, n. 1, p. 84-91.2001.PINTO, L. F. Casuística ambulatorial do Serviço de Homeopatia do Hospital Veterinário daU.F.R.R.J. Revista Homeopatia Veterinária, v. 4, n. 2, p. 542-7, 1998.SLATTER, D. Textbook of Small Animal Surgery. 3rd ed. Saunders: Philadelphia, 2003.p. 137- 40.SOUSA, P. H. P.; BRANCO, C. M. W.; MANHOSO, F. F. R. Ocorrência de parasitos gastrointestinaisem felinos domiciliados no município de Marília/SP. In: 37º Congresso Brasileirode Medicina Veterinária, 2010, Rio de Janeiro/RJ. Anais, 2010.&c r m v s p . g o v . b rmv&z11
- Page 1 and 2: mv&zREVISTA DE EDUCAÇÃOCONTINUADA
- Page 3 and 4: E X L I B R I SC R M V - S Pc r m v
- Page 5 and 6: E D I T O R I A LColegas,Fale conos
- Page 7 and 8: Giorgina Graciela Rosolem São Germ
- Page 9: p e q u e n o s a n i m a i sResult
- Page 13 and 14: Ana Júlia Silva e Alves 1Karina de
- Page 15 and 16: g r a n d e s a n i m a i stambém
- Page 17 and 18: g r a n d e s a n i m a i s3 - 10,1
- Page 19 and 20: Antonio José Porto1 Caixa Postal 1
- Page 21 and 22: z o o t e c n i acortado no sentido
- Page 23 and 24: z o o t e c n i aem relação às f
- Page 25 and 26: V I I I c o n p a v e tAnalgesia p
- Page 27 and 28: V I I I c o n p a v e tresultados m
- Page 29 and 30: V I I I c o n p a v e tépoca do an
- Page 31 and 32: V I I I c o n p a v e tprotozoário
- Page 33 and 34: V I I I c o n p a v e tem região i
- Page 35 and 36: V I I I c o n p a v e tpromoverá d
- Page 37 and 38: V I I I c o n p a v e tcongênitas
- Page 39 and 40: V I I I c o n p a v e tFigura 1. C
- Page 41 and 42: V I I I c o n p a v e traras, deve-
- Page 43 and 44: V I I I c o n p a v e tpresença de
- Page 45 and 46: V I I I c o n p a v e tmeses, 125 c
- Page 47 and 48: V I I I c o n p a v e tCirurgia e C
- Page 49: V I I I c o n p a v e tReferências
- Page 52 and 53: V I I I c o n p a v e themorragia,
- Page 54 and 55: I S E M I N Á R I OCALIL, R. M. O
- Page 56 and 57: I S E M I N Á R I OAs questões re
- Page 58 and 59: I S E M I N Á R I OCÔRTES, J. A.
- Page 60 and 61:
I S E M I N Á R I Onormas zoossani
- Page 62 and 63:
I S E M I N Á R I OMemorial descri
- Page 64 and 65:
I S E M I N Á R I Oinespecíficas
- Page 66 and 67:
I S E M I N Á R I OGERMANO, P. M.
- Page 68 and 69:
I S E M I N Á R I ODe caráter emi
- Page 70 and 71:
I S E M I N Á R I OBIRGEL, E. H. O
- Page 72 and 73:
I S E M I N Á R I OAo rememorar as
- Page 74 and 75:
I S E M I N Á R I OCurso especial
- Page 76 and 77:
I S E M I N Á R I ODomésticos (2
- Page 78 and 79:
I S E M I N Á R I O• Patologia e
- Page 80 and 81:
I S E M I N Á R I ODEVELEY, A. J.
- Page 82 and 83:
I S E M I N Á R I Od) a padroniza
- Page 84 and 85:
I S E M I N Á R I Osociedade), per
- Page 86 and 87:
I S E M I N Á R I OPROCEDIMENTOS D
- Page 88 and 89:
I S E M I N Á R I OPILATI, O. Os c
- Page 90 and 91:
I S E M I N Á R I OGráfico 1 - Ev
- Page 92 and 93:
I S E M I N Á R I OFaculdades Inte
- Page 94 and 95:
I S E M I N Á R I OOutro aspecto a
- Page 96 and 97:
I S E M I N Á R I Ovagasoferecidas
- Page 98 and 99:
I S E M I N Á R I Ototal federal e
- Page 100:
I S E M I N Á R I OBiblioteca Virt