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Revista de Educação Continuada em Medicina ... - CRMV-SP

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I S E M I N Á R I OAo rememorar as necessidades da sociedade paraa implantação do ensino de Medicina Veterinária noBrasil, devem ser destacados alguns momentos de nossahistória.Na fase imperial do Brasil, após a chegada da FamíliaReal, vislumbraram-se algumas tentativas de implantaçãodo ensino das Ciências Agrárias no País. Isso ocorreuna criação, em 1810, do cargo de alveitar no 1º Regimentode Cavalaria do Exército, por decisão do Conde Linhares,ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros da Guerrada Corte de D. João VI. A seguir, em 31 de outubro de1818, o imperador encarregou o súdito português JoãoBaptista Mancouet da criação do Curso de Alveitaria,no 1º Regimento de Cavalaria do Exército. Mas, infelizmente,não se alcançou o desejado sucesso.Ainda no Brasil Imperial, em 1859, D. Pedro II criou oImperial Instituto de Agricultura Bahiano, por meio doDecreto 2.500, de 1º de janeiro de 1859. A seguir, com o intuitode atender à demanda social e econômica, em 1860,foram criados institutos semelhantes no Rio de Janeiro,em Pernambuco, Sergipe e no Rio Grande do Sul. Essasdecisões tiveram como objetivo solucionar a deficientequalificação da mão de obra da agropecuária e o atraso datecnologia agrícola do País. Alguns desses Institutos, apesardo irregular desenvolvimento, com inúmeras modificaçõese interrupções, deram origem a cursos e faculdadesde Agronomia, ainda existentes. Mas o real interesse peloensino superior da Medicina Veterinária foi despertadoquando o imperador D. Pedro II viajou à França, em 1875,e conheceu a Escola Veterinária de Alfort. O sábio e visionárioimperador atinou, então, que a Medicina Veterináriamoderna deveria ser organizada a partir de critérioscientíficos estabelecidos após o surgimento das escolasde Veterinária criadas e implantadas por Claude Borgelatem Lyon e Alfort. Ao regressar ao Brasil, tentou propiciarcondições para a criação de entidade semelhante no País,mas, por mais reais que fossem seus esforços, os projetosnão alcançaram o desejado sucesso.No lento e deficiente desenvolvimento da produçãoagropecuária no Brasil, talvez causado pelo sistema decolonização, o ensino da Medicina Veterinária teve desenvolvimentomuito demorado e implantação tardia.Esses fatos se assemelham à necessidade universal dedifusão e ensino das várias áreas do conhecimento humano,pois nossa primeira universidade data da primeirametade do século XX.Nas primeiras fases da Era Republicana do Brasil,surgiram os primeiros reais eventos da implantação doensino superior de graduação em Medicina Veterinária,destacados no tópico anterior, referente aos centenáriosem celebração.Em análise retrospectiva da implantação do ensino deMedicina Veterinária no Estado de São Paulo, também seevidencia a importância da demanda social e econômica,que foram fundamentais para a consecução desses ideais.Tanto o engenheiro agrônomo Mário Brandão Maldonado,que, em 1916, assumiu a Diretoria do Posto ZootécnicoCentral, criado em 1905, pelo Governo do Estado deSão Paulo, como o professor Hector Raquet, engenheiroagrônomo pela Faculdade de Agronomia de Gembloux(1884) e médico veterinário pela Escola de Veterinária deAlfort (1888), e o engenheiro agrônomo Louis Misson estimularama instalação do ensino de Medicina Veterináriaem São Paulo. Assim sendo, merecem ser consideradosinspiradores da criação do Instituto de Veterinária. Aorientação técnica dessa instituição de ensino e pesquisacaberia ao diretor do Instituto Butantan e teria por finalidadeo estudo de questões de medicina e higiene veterinárias,regime alimentar e outros fatos que interessassem àpecuária. Além do mais, seria o instituto responsável pelocontrole e extinção de insetos nocivos à agricultura. Namesma lei, cogitava-se a construção de enfermarias, biotérios,aviários, bem como instalações para exercício daclínica veterinária e para pesquisas microbiológicas. Porisso, foi construído em Santos um posto de observação equarentena para animais importados.Com o aumento da demanda social e a importância atribuídaà atuação dos veterinários no controle das enfermidadese na produção animal, o então presidente do Estado deSão Paulo, Washington Luís Pereira de Sousa, em mensagemapresentada ao Congresso Legislativo do Estado não sóreconheceu a grande importância do serviço de veterináriapara o desenvolvimento da indústria agropastoril no Brasil,como também alertou para a escassez de profissionais habilitadosno País. Nesse sentido, a lei nº 1.695-C definiu asjá mencionadas atribuições do Instituto e implantou o ensinoda Medicina e da Higiene Veterinárias por meio de umcurso de veterinária regular de três anos, uma série por ano.A necessidade da implantação do ensinosuperior de Medicina VeterináriaA sociedade exercia pressão sobre o governo nas primeirasdécadas do século XX para que ele encontrasseuma solução à deficiente qualificação da mão de obra daagropecuária e desse novos rumos para a tecnologia agrícolado País, permitindo, principalmente, maior produtividadeagropecuária, com produtos de origem animalde excelente qualidade. Os desejados resultados, com resoluçãodas crônicas deficiências, só seriam plenamenteequacionados com aparelhamento e aperfeiçoamento dosistema de qualificação da mão de obra da agropecuáriae a recuperação do atraso tecnológico agrícola do País.72 mv&z c r m v s p . g o v . b r

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