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Turismo Rural

Ecoturismo e Turismo Rural - CEAD - Unimontes

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um círculo. Ou ainda, o movimento ao redor de um ponto<br />

central ou eixo. O significado mudou no inglês moderno,<br />

passando a representar especificamente ‘um giro’. O sufixo<br />

‘ ismo’ (turismo) é definido como uma ação ou processo,<br />

enquanto o sufixo ‘ista’(turista) qualifica aquele que realiza<br />

uma determinada ação. Quando a palavra tour (francês) e<br />

os sufixos isme e iste são agrupadas, representam a ação<br />

de um movimento ao redor de um círculo (BARBOSA, 2002,<br />

p.67-68).<br />

A Renascença, episódio histórico-cultural que se estende do século<br />

XIV ao XVI, se por um lado fortaleceu o Tour de France, por outro, permitiu<br />

sua expansão e nesse sentido, as viagens entre França e Itália se intensificaram<br />

no período. É nesse momento que se instaura mais um marco histórico<br />

do turismo, com o surgimento do primeiro hotel do mundo, o Wekalet-<br />

-Al-Ghury no Cairo (Egito). Durante o Renascimento, o resgate aos valores<br />

clássicos passa a contribuir para o fomento às viagens de caráter cultural.<br />

No período Elisabetano, ápice da renascença inglesa, estudantes, filhos de<br />

nobres, burgueses e comerciantes empreenderam grandes viagens por toda<br />

a Europa. Nesse momento, o tour que surge como uma viagem educacional<br />

de tempo relativamente curto em um circuito que se inicia e finda no mesmo<br />

local, vulgariza-se entre a nobreza e passa a durar de seis meses a dois<br />

anos, e “abrangia quando inteiramente realizada, os locais considerados de<br />

interesse turístico e cultural, na época, como Paris, Turim, Milão, Veneza,<br />

Florença, Roma, Nápoles, algumas zonas da Alemanha, dos países baixos e<br />

do Vale do Reno. Quando atingia esta dimensão, era designado por ‘Grand<br />

Tour’” (TOWNER, 1985, p.300-01). Cabe ressaltar que “todos os tipos de<br />

estudos geravam grande interesse nesse mundo que acabava de florescer. O<br />

humanismo científico enfatizava a busca do conhecimento imediato. Francis<br />

Bacon considerava o viajante de um Tour Elisabetano ou Grand Tour como<br />

um “mercador da luz” – experiência de um turista que vai ao exterior para<br />

alargar os conhecimentos” (BARBOSA, 2002, p.31). Nesse contexto, ao assentar<br />

sua motivação na busca de conhecimentos, arte, cultura, arquitetura<br />

antiga, arqueologia, entre outros, a Itália, berço do Renascimento, constituiu-se<br />

nesse período como centro das atrações britânicas.<br />

Nesse período do Renascimento, uma importante contribuição para<br />

o desenvolvimento do turismo foi “o impacto do Grand Tour na história do<br />

gosto e do prazer pela praia” (BARBOSA, 2002, p. 41). Da necessidade higiênica<br />

na Grécia Antiga ao fanatismo visual despertado na elite romana, o<br />

mar tornou-se indulgência luxuriosa com a queda do Império Romano. Com<br />

o Renascimento, a busca por banhos medicinais ganha vigor, e garante o<br />

ressurgimento do termalismo. De acordo com Mourão (1992, p.1 apud RE-<br />

JOWSKY, 2002, p.44), o termalismo pode ser definido como “a permanência<br />

de pessoas doentes ou não, em localidades hidrotermais, climáticas e marítimas<br />

para fins de saúde, repouso e lazer”. Balneários e terapias ampliam o<br />

desejo pelo litoral. No mesmo contexto, a procura pelo clima e ar puro das<br />

montanhas para a cura da tuberculose que assolava a Europa torna comuns<br />

A palavra “Tour” deu<br />

origem ao termo turista<br />

designando assim os<br />

que partiam em viagem<br />

cultural e educativa.<br />

No continente europeu<br />

a expressão era<br />

usada para identificar<br />

os britânicos que<br />

realizavam a dita<br />

visita, estando o<br />

termo tão associado<br />

a essa nacionalidade,<br />

que, quando Stendhal<br />

utilizou o neologismo,<br />

em 1838, na obra<br />

“Les Memoires d’un<br />

Touriste”, provocou<br />

escândalo, a medida<br />

que o aplicava a um<br />

comerciante francês.<br />

Simond, (1816) &<br />

Stendhal (1838) in Boyer<br />

(1999, p.38).<br />

Ecoturismo e <strong>Turismo</strong> <strong>Rural</strong> 27<br />

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