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<strong>SOCIOLOGIA</strong> DAS ORGANIZAÇÕES Uma Visão Geral da Sociologia Aplicada às Organizações Unidade I A construção do ser social, é feita em boa parte pela Educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios - sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento - que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela (ib. ibid. p. 1). Neste sentido, torna-se importante o conceito de Solidariedade Social que Durkheim cunhou em suas teorias, o qual levou a distinguir os principais tipos de grupos sociais; primário ou mecânica, secundária ou orgânica. Solidariedade Social – é um fato social que pode ser conhecido através dos seus efeitos sociais – desenvolvimento econômico, qualidade de vida, tecnologia e outros benefícios (OLIVEIRA, 1999, p. 62). Solidariedade Mecânica – típica das sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificam através da família, da religião, da tradição, dos costumes. É uma sociedade que tem coerência porque os indivíduos ainda não se diferenciam (SILVA, 2010). Reconhecem os mesmos valores, os mesmos sentimentos, os mesmos objetos sagrados, porque pertencem a uma coletividade. Como forma primitiva dessas sociedades tem os esquimós, os aborígines australianos e outras formas primitivas de vida e trabalho, como é o caso dos índios da Amazônia (OLIVEIRA, 1999, p. 61). Solidariedade Orgânica – característica das sociedades capitalistas, onde, através da divisão do trabalho social, os indivíduos tornam-se interdependentes, garantindo, assim, a união social, mas não pelos costumes, tradições etc. Resultam da crescente divisão do trabalho, exigidas pelas estruturas econômicas mais avançadas (SILVA, 2010). Os indivíduos não se assemelham, são diferentes e necessários, como os órgãos de um ser vivo. Assim, o efeito mais importante da divisão do trabalho não é o aumento da produtividade, mas a solidariedade que gera entre os homens. O ponto central da Divisão do Trabalho é que Durkheim analisa a função do trabalho através da necessidade social e do trabalho correspondente. Para ele, a função de divisão do trabalho é integrar a sociedade moderna, determinando as causas e as consequências das quais depende (OLIVEIRA, 1999, p. 62). Nas sociedades dominadas pela solidariedade mecânica, a consciência coletiva abrange a maior parte dos membros desta sociedade. Nas sociedades dominadas pela solidariedade orgânica há uma redução desta consciência coletiva porque os indivíduos são diferenciados. Por isso, nestas últimas, em oposição as primeiras, ocorre um enfraquecimento das reações coletivas contra a violação das proibições sociais e há, especialmente, uma margem maior na interpretação individual dos imperativos sociais (SILVA, 2010). Durkheim defende também o primado da sociedade sobre o indivíduo: As sociedades têm prioridade lógica sobre os indivíduos, porque se a solidariedade mecânica precede a solidariedade orgânica, não se pode explicar a diferenciação social a partir dos indivíduos, pois a consciência de individualidade não pode existir antes da solidariedade orgânica e da divisão do trabalho social. (SILVA, 2010). 14 Daí que os fenômenos individuais devem ser explicados a partir da coletividade, e não a coletividade pelos fenômenos individuais. Assim, a divisão do trabalho passa a ser um fenômeno social que só pode ser
Unidade I <strong>SOCIOLOGIA</strong> DAS ORGANIZAÇÕES Uma Visão Geral da Sociologia Aplicada às Organizações explicado por outro fenômeno social, como a combinação do volume, densidade material e moral de uma sociedade, sendo que o único grupo social que pode proporcionar a integração dos indivíduos na coletividade é a corporação profissional. 2.1. Teoria da Ação Social A teoria da ação social de certa forma está vinculada à definição objetiva de Durkheim, de que o fato social determina a ação social a partir da coerção exercida. Outro estudioso no campo da Sociologia Aplicada à Administração, Max Weber (Teoria da Burocracia) entendia a ação humana ou social como sendo objeto da Sociologia. Neste sentido, deve-se entender a Sociologia como ciência que pretende interpretar a ação social, e seu aproveitamento ocorreria quando diversas funções sociais se tornassem muito tênues ou intermitentes (OLIVEIRA, 1999). Como as sociedades mais complexas são baseadas nas diferenciações, torna-se necessário que as tarefas individuais correspondam a seus desejos e aptidões. Como isso nem sempre acontece, os valores ficam enfraquecidos e a sociedade é ameaçada pela desintegração (op. cit.). Fato que, a partir das diferenças individuais devem tentar construir uma unidade, com o objetivo de não deixar ocorrer à desintegração dessa sociedade, isso se revela, quando trabalhadores se unem para realização de uma determinada atividade (trabalho em equipe). Preocupado com as consequencias políticas e éticas dessa desintegração, resultante da divisão do trabalho social, Durkheim abre espaço para o desenvolvimento das teorias científicas aplicadas à Administração que vieram com Max Weber, Taylor, Fayol, Amitai Etizioni e outros, que abordaram de diferentes ângulos a questão do trabalho nas organizações. 3. Karl Marx e as Relações: Capital e Trabalho Figura 4: Karl Marx (1818-1883) Fonte: http://vejasociologia.blogspot.com.br/p/o-poder-nas-organizacoes_1210.html F undador do Socialismo Científico, nascido em Treves, capital da província alemã do Reno, morreu em Londres. Sua obra principal, “O Capital”, reúne as doutrinas 15
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