SOCIOLOGIA.
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Unidade I<br />
<strong>SOCIOLOGIA</strong> DAS ORGANIZAÇÕES<br />
Uma Visão Geral da Sociologia Aplicada às Organizações<br />
Considerando este aspecto, entre os primeiros que estudaram a organização<br />
como uma unidade de interesse estava Chester Barnard (As Funções do Executivo)<br />
e Philip Selznick (Fundamentos da Teoria de Organização), que observaram que as<br />
organizações não eram somente sistemas de produção técnica, mas também sistemas<br />
sociais adaptáveis que buscavam sobreviver em seu meio ambiente.<br />
Foi a partir dos estudos de Barnard e Selznick, na década de 1950, que estudiosos<br />
criaram duas visões da organização, identificando-as com um sistema racional e um<br />
sistema natural.<br />
Na perspectiva do sistema racional considera as organizações como instrumento<br />
que podem ser conscientemente manipulados e moldados para realizar determinados<br />
fins Na perspectiva do sistema natural vê a organização como um sistema orgânico<br />
buscando sua sobrevivência, como coletividade que envolve espontaneamente<br />
processos indeterminados. (DIAS, 2008).<br />
As críticas à racionalização mecanicista se intensificaram nesse período com a<br />
utilização da abordagem sistêmica e o desenvolvimento do estrutural-funcionalismo<br />
na sociologia dos anos 50. No início da década de 1960, o sociólogo francês Michel<br />
Crozier, em sua obra “O Fenômeno Burocrático” de 1963, concluiu que é inevitável<br />
que as organizações se adaptem às mudanças do meio ambiente. (op. cit.).<br />
Desse modo, as críticas à Escola Clássica da Administração pautaram o estudo<br />
das organizações no início do século XX, entre os anos de 1950 e 1960. E nos dias<br />
atuais, o grande gargalo dos estudos das organizações continua não sendo diferente,<br />
ou seja, ainda se busca uma solução para entender a interdependência das estruturas<br />
formais e informais, e administrar o que se constitui sistemas cooperativos e estruturas<br />
sociais adaptáveis.<br />
7.3 A Sociedade e as Organizações<br />
Sem as organizações o ser humano não conseguiria reverter a sua vantagem<br />
física em relação a outras espécies e não conseguiria atender às necessidades de<br />
milhões de seus membros, entre outras realizações que só se tornaram possíveis com<br />
a sua existência (DIAS, 2008, p. 16). Ou seja, no sentido de que as organizações,<br />
sejam elas quais forem, somente podem ser compreendidas se consideradas como<br />
integrantes de uma estrutura social maior (a sociedade).<br />
Neste sentido, a sociedade as condiciona em seus fins, estrutura e processos e<br />
por sua vez pode torná-las importantes protagonistas de transformações, seja como<br />
obstáculos ou propulsoras de fins coletivos de diferentes grupos sociais.<br />
O princípio fundamental de qualquer organização é uma divisão de trabalho,<br />
possibilitando uma multiplicação das capacidades individuais. Desta forma, surge<br />
assim, um ser social que apresenta um nível de produtividade que não é a soma das<br />
produtividades individuais que o compõem, é muito maior. Isto devido à percepção<br />
holística, a qual a soma das partes não é maior do que o todo.<br />
Desta forma, considera-se que as organizações sempre estão em contínua<br />
interação com o seu meio (a sociedade), e são condicionadas por este. Assim, em<br />
uma análise mais acurada pode-se encontrar diversos tipos de organizações em vários<br />
momentos da História.<br />
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