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Ciencias humanas, sociales y económicas - Universidad de San ...

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Daniel Magalhães Goulartainda cristalizadas do paradigma hospitalocêntrico,o que, <strong>de</strong> acordo com Lucchese e Barros (2009),po<strong>de</strong> ser um <strong>de</strong>sdobramento da formação dosprofissionais ainda calcada no antigo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>assistência à saú<strong>de</strong>. As autoras <strong>de</strong>stacam o impasse<strong>de</strong> não se priorizar a criativida<strong>de</strong> e a responsabilida<strong>de</strong>na formação do profissional e <strong>de</strong>pois se exigirdo mesmo autonomia e inovação no cuidado como outro. Nesse sentido, Rosa e Lustosa (2010)argumentam sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentarmosa fragmentação do saber, assumindo um exercício<strong>de</strong> crítica permanente e capaz <strong>de</strong> avaliar os limitese as possibilida<strong>de</strong>s da formação profissional naatualida<strong>de</strong>.Dentro <strong>de</strong>sse panorama discutido até o momento,o presente estudo se coloca favorável aosprincípios do movimento da Reforma Psiquiátrica,que parecem estar afinados às transformações quenorteiam a implementação do SUS no Brasil,conforme se explicitou acima. No entanto, pelos<strong>de</strong>safios atuais que esse movimento enfrenta, faz-serelevante a discussão <strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s para asuperação <strong>de</strong> impasses ainda marcantes em seu <strong>de</strong>senvolvimento.Nesse sentido, propõe-se enquantoobjetivo central <strong>de</strong>ste estudo refletir teoricamentesobre modos alternativos <strong>de</strong> se pensar cuidadosmais favorecedores <strong>de</strong> autonomia por parte daspessoas atendidas, enfatizando, sobretudo, oproblemático período <strong>de</strong> gradual afastamento porparte do usuário do CAPS.DiscussãoExtrapolando os limites institucionaisna criação <strong>de</strong> novas alternativasComo apontado anteriormente, questões <strong>de</strong>múltiplas naturezas estão implicadas na culminânciado crítico cenário que assistimos atualmente.Muitas vezes, a falta <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> política, a partirdos múltiplos jogos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r vigentes, é significativabarreira para mudanças mais efetivas e rápidas.A manutenção <strong>de</strong> uma formação para o trabalhoem saú<strong>de</strong> mental ainda calcada no mo<strong>de</strong>lo hospitalocêntricotambém parece colocar um <strong>de</strong>safioem âmbito nacional. No entanto, po<strong>de</strong>-se pensarque a partir da conjuntura já existente, talvez sepu<strong>de</strong>sse potencializar transformações que não estãose dando na prática institucional. O que estariadificultando essas transformações?Nessa discussão, Bichaff (2006) argumentaque, ainda que as estratégias traçadas pela equipeestejam alinhadas aos princípios propostos paraos serviços CAPS no que se refere aos cuidadosassistenciais dos usuários, elas se encontram distanciadasquando se trata das práticas <strong>de</strong> inclusãosocial e territoriais. Nesse mesmo sentido, Pan<strong>de</strong>e Amarante (2011) fazem referência a essa necessida<strong>de</strong>dos CAPS buscarem ações mais integradasao território, <strong>de</strong> modo a evitar uma centralizaçãoda busca por recursos terapêuticos nas própriasativida<strong>de</strong>s ou ações do serviço. Isso favoreceria oexercício da autonomia dos usuários, evitando orisco da produção <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> cronicida<strong>de</strong>ou institucionalização. No entanto, a partir <strong>de</strong>entrevistas realizadas no referido estudo, os autoresencontraram que, em gran<strong>de</strong> parte das vezes, essasações em conjunto com a socieda<strong>de</strong> são relegadasa iniciativas individuais, ao invés <strong>de</strong> terem umcaráter estratégico coletivo.Acredita-se, neste estudo, que tal limitação dosserviços repercuta sobremaneira na dificulda<strong>de</strong> dosCAPS em dar alta para usuários já em condições<strong>de</strong> fazer acompanhamento em outras instâncias<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Essa situação, somada à gran<strong>de</strong><strong>de</strong>manda por assistência em saú<strong>de</strong> mental da população,culmina em frequentes quadros <strong>de</strong> inchaçodos serviços – o que, inevitavelmente comprometea qualida<strong>de</strong> da assistência oferecida, bem como aqualida<strong>de</strong> das relações tecidas nesses contextos.O processo <strong>de</strong> gradual afastamento do CAPSpor parte do usuário é aqui consi<strong>de</strong>rado como umaetapa fundamental na retomada da autonomia ena reabilitação social da pessoa atendida. Tratase<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong>licado, que po<strong>de</strong> exigir oenfrentamento <strong>de</strong> inúmeros <strong>de</strong>safios, tais como:a conquista da in<strong>de</strong>pendência dos frequentesrecursos terapêuticos institucionais, a retomada<strong>de</strong> um vínculo empregatício no mercado <strong>de</strong> trabalho,o enfrentamento <strong>de</strong> preconceitos diversosem relação ao transtorno mental, maior tempo<strong>de</strong> convivência com os familiares e a inserção emoutras re<strong>de</strong>s sociais. Trata-se, também, <strong>de</strong> ummomento sensível para refletir sobre a lógica <strong>de</strong>assistência nesse âmbito da saú<strong>de</strong> pública, sendocrucial para se compreen<strong>de</strong>r os alcances e limitesinstitucionais que atuam nesse processo. Nessesentido, uma questão parece pertinente nessa discussão:<strong>de</strong> que modo o acompanhamento realizadonesse momento pelos profissionais do serviço po<strong>de</strong>26 × <strong>Universidad</strong> <strong>de</strong> <strong>San</strong> Buenaventura, Cali - Colombia

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