Arquivo PDF - Universidade Anhembi Morumbi
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Design Televisual: Linguagens e Processos Rosana Vaz Silveira 35<br />
A partir dos sistemas digitais dos anos 80, efeitos pré-gravados como chromakey<br />
9 e, mais tarde, a inserção do GC (gerador de caracteres), tornando-se possível<br />
inserir o texto sobre a imagem, a TV pôde distanciar-se do uso de artes gráficas<br />
impressas na frente das câmeras.<br />
Machado afirma que “ao herdar da televisão seu aparato tecnológico, o vídeo<br />
acabou por herdar também certa postura parasitária em relação aos outros meios,<br />
certa facilidade em se deixar reduzir o simples veículo de outros processos de<br />
significação.” (2005, p.188). Ou seja, a técnica videográfica importa atribuições de<br />
vários meios como cinema, teatro, literatura, rádio e, por conseqüência, a computação<br />
gráfica, construindo recursos expressivos que caracterizam o discurso “plásticoestético”<br />
deste suporte.<br />
Sendo assim, instituiu-se a videoarte, uma linguagem que despertou a<br />
possibilidade de instaurar a arte e a tecnologia como componentes de um sistema de<br />
expressão que influenciou as mídias audiovisuais, sejam as eletrônicas ou,<br />
posteriormente, as digitais.<br />
Vídeo independente e videoclipe<br />
As experimentações no vídeo reinventaram outras maneiras de exposição, de<br />
função e de comunicação na transmissão de imagens.<br />
Tudo no universo das formas audiovisuais pode ser descrito em<br />
termos de fenômeno cultural, ou seja, como decorrência de certo<br />
estágio de desenvolvimento das técnicas e dos meios de<br />
expressão, das pressões de natureza sócio-econômica e também<br />
das demandas imaginárias, subjetivas, ou se preferirem estéticas,<br />
de uma época ou lugar. (MACHADO, 2005, p. 191)<br />
Um desses fenômenos culturais foi o chamado vídeo independente, com que<br />
cineastas começaram a prática alternativa do cinema na década de 1980. Houve queda<br />
no número de filmes oferecidos ao público no Brasil, devido aos altíssimos custos de<br />
produção – compra de película cinematográfica e revelação dos negativos – e a fita<br />
magnética do vídeo, muito mais acessível financeiramente, tornou-se uma forma de<br />
expressão para a nova geração de cineastas, os videomakers, que puderam testar e<br />
explorar recursos sem se preocupar com os custos destas experiências.<br />
Nesta mesma época, a televisão já apresentava uma linguagem fragmentada,<br />
com recursos de efeitos e metamorfoses de imagens, abrindo espaço de mercado para<br />
estes novos designers e videomakers produzirem programas com uma temática<br />
voltada para adolescentes: a abertura da série Armação Ilimitada (1985 -1988) (Figura<br />
18) é uma excelente ilustração do fenômeno.<br />
9 Chroma-key é uma técnica de efeito visual que consiste em colocar uma imagem sobre a outra, através da anulação de<br />
uma cor padrão como o verde ou o azul.