Arquivo PDF - Universidade Anhembi Morumbi
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Design Televisual: Linguagens e Processos Rosana Vaz Silveira 87<br />
Assim, foram desenvolvidos os primeiros dispositivos da computação gráfica,<br />
como o monitor, a caneta óptica, o scanner e também o mouse de Douglas Engelbart,<br />
que incrementaram as articulações para os projetos gráficos. Com o aprimoramento<br />
dos monitores, tornou-se possível o planejamento e concepção da interface gráfica, a<br />
GUI (Graphic User Interface), substituindo o código alfanumérico por gráficos,<br />
facilitando a manipulação do usuário no sistema. Logo na década de 1960, os artistas e<br />
os designers exploraram os artifícios plásticos das mídias digitais, acontecendo<br />
diversas outras experimentações e reinvenções que representaram immportantes<br />
contribuições para o desenvolvimento da computação gráfica. Nesta mesma época<br />
registra-se o primeiro videogame chamado Spacewar de Steve Russell.<br />
Por estes aprimoramentos tecnológicos, o formato digital apontaria um futuro<br />
promissor para a produção artística diante do analógico, em face das limitações<br />
técnicas deste último, como por exemplo, a impossibilidade de programação com<br />
código binário, precisando desenvolver um circuito capaz de modelar um programa a<br />
ser executado no seu sistema. Porém, naquele momento, a tecnologia digital era<br />
inviável financeiramente, diferente da tecnologia analógica que começava a aproximarse<br />
do uso doméstico, a partir do videocassete, câmeras filmadoras, VHS, entre outros.<br />
Afinal, estes equipamentos contribuíram nas experimentações e criações da videoarte,<br />
vídeos independentes e videoclipes.<br />
No entanto, os sistemas analógicos e digitais, combinados para desempenhar em<br />
um único dispositivo, como os primeiros projetados por Whitney, estabeleceram um<br />
processo de conversão que constituiram avanços importantes na TV eletrônica.<br />
Dispositivos estes que possibilitaram os efeitos visuais produzidos em um software<br />
digital que posteriormente era convertido em imagem eletrônica. Em 1980, as<br />
possibilidades de projeto gráfico, com equipamentos sofisticados para edição de vídeo,<br />
proporcionavam textos em movimento, aplicação de texturas, logotipos tridimensionais,<br />
planos de fundo digitalizados (chroma key), diversas imagens em uma mesma tela,<br />
sobreposições de imagens, entre outros recursos.<br />
No Brasil, a Rede Globo de Televisão apostou neste processo de produção desde<br />
os primeiros experimentos na área. Em um artigo da revista americana Computer<br />
Pictures Magazine em junho de 1984, o jornalista John Lewell refere-se à emissora<br />
como a principal referência no mundo em grafismo na TV. Hans Donner e José Dias<br />
foram responsáveis pela concepção da identidade visual, com produção de vinhetas e<br />
aberturas que popularizaram a estética tridimensional da emissora. Neste artigo, Dias<br />
comenta que sugeriu a Donner conceber uma vinheta para produzí-la no Instituto de<br />
Tecnologia em Nova York (NYIT). A aceitação imediata do Instituto, segundo informa o<br />
artigo, ocorreu em face da apresentação do storyboard de Donner, com representações<br />
tridimensionais dos elementos gráficos, conferindo uma linguagem adaptável para a<br />
produção no sistema e coerente com o formato televisual. Não se quer dizer que já<br />
existia um formato televisual, no entanto, buscava-se uma linguagem capaz de<br />
conquistar o telespectador a partir das possibilidades tecnológicas do grafismo na TV<br />
dos anos oitenta.