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Design Televisual: Linguagens e Processos Rosana Vaz Silveira 96 estrutura não-linear, ou seja, propondo liberdade de navegação ao usuário. Esta concepção diferencia-se completamente da navegação linear das character-based screens, interfaces compostas somente por palavras, como por exemplo, o sistema DOS, onde o acesso aos dados se dá através de códigos gramaticais e senhas (LANGER, 2001) (ver primeira imagem da Figura 77). A complexidade desta interface linear, poderia dificultar a popularização do computador e a partir disto a proposta da linguagem gráfica de Engelbart permitiu um novo olhar para este espaço-informação. Assim, um dos componentes-chave para a construção desta interface constitui-se no ‘mapeamento de bits’ ou o que costuma se chamar de bitmap. O bitmap, aprimorado tecnicamente pelos projetistas da Xerox Parc, estabeleceu o padrão de leitura de imagens na interface do computador. Como resultados desses esforços de interface, usabilidade e tecnologia propõem-se um ambiente cuja similaridade com o mundo físico serve como guia para a interação do usuário. Figura 77: Interface da Apple character based screens (aproximadamente 1965) e as interfaces gráficas (GUI) Apple System (aproximadamente 1973) e Apple 2GS/OS System 6.01 (em meados de 1980). Logo, a GUI possibilitou interações mais complexas do usuário no computador, disponibilizando dois tipos de manipulação: direta e indireta, denominadas inicialmente por Ben Shneiderman em 1983 quando escreveu sobre a forma pessoal de interagir de cada usuário. A manipulação direta é entendida como um sistema que representa uma extensão dos objetos do mundo real, dispostos em formas de ícone na interface que remetem um tipo de representação simbólica ou pictórica compreensível ao usuário, podendo este interagir nos seus arquivos e softwares diretamente ao ícone que contém os dados: Clica-se no ícone em forma de folha e o usuário terá acesso à edição do texto. Na manipulação indireta, o usuário percorre diversos caminhos de ícones para chegar às informações de que necessita. Por exemplo, o ícone de pasta do
Design Televisual: Linguagens e Processos Rosana Vaz Silveira 97 arquivo, ao clicá-lo pode conter outras pastas e dentro destas, outras mais até o usuário encontrar o arquivo que deseja (LANGER, 2001). Assim, Moura aponta que as interfaces gráficas são constituídas de imagens, janelas, ícones, menus e botões. Estes elementos compõem a estrutura base do design de interface, que a partir de metáforas visuais, constroem um formato de linguagem peculiar de navegação dos ambientes interativos. As imagens sejam elas estáticas ou em movimento constituem a composição visual da interface, geralmente através do uso de elementos gráficos, mas que também podem ser imagens fotográficas e videográficas. As janelas são blocos de informações que podem ser redimensionadas pelo usuário, podendo inclusive vê-las todas ao mesmo tempo, diagramando seu tamanho na interface. Os ícones são atalhos de acesso em forma de elementos gráficos ou pictogramas que caracterizam um ambiente ou uma ação, como por exemplo, o ícone lixeira possibilita o acesso aos arquivos excluídos. Os menus são índices de assuntos e ações que estão disponíveis no ambiente em que se está utilizando, podendo se apresentar em forma animada ou estática. Os botões estão dispostos na interface em formato quadrado, retangular, redondo ou triangular e geralmente servem para confirmar ou cancelar, avançar ou retroceder uma ação, por exemplo, ao fechar uma janela em um desktop do Machintosh direciona-se no canto esquerdo e clica-se no botão redondo de cor vermelho. Figura 78: Apple Desktop Remote (2002). Geralmente, as interfaces gráficas apresentam aprimoramento na formação e texturação de seus gráficos a cada novo sistema operacional do computador pessoal. Ou seja, acrescentam-se efeitos visuais como, por exemplo, sombra entre as janelas, ícones em perspectiva, simulação de relevo em botões, texturas demonstrando profundidade, enfim, elementos que visam aproximar dos objetos reais que compõem uma mesa de escritório. Em março de 2007, na Conferência do TED (Technology,
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