Claudia da Silva Moraes Fagundes - Uneb
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com o auxílio de suas histórias infantis, os professores podem instigar a fantasia e fazer com<br />
que os alunos reflitam sobre os temas abor<strong>da</strong>dos. O meu intuito foi identificar as<br />
possibili<strong>da</strong>des metodológicas para o uso <strong>da</strong> literatura infantil na formação <strong>da</strong> criança leitora e<br />
construtora de histórias. Segundo Rego (1995, p.9-10), a literatura infantil, quando bem<br />
explora<strong>da</strong>, se transforma em uma forma de aquisição de conhecimento, aju<strong>da</strong>ndo no<br />
desenvolvimento <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de, leitura, escrita e gramática.<br />
Convém ressaltar que não pretendi com esta pesquisa enfatizar a importância <strong>da</strong> leitura<br />
de textos literários somente como decodificação, como um ler corretamente, mas como uma<br />
ativi<strong>da</strong>de que permite a interpretação, a compreensão e a leitura de mundo. A literatura<br />
possibilita também que as crianças consigam redigir melhor, desenvolvendo a criativi<strong>da</strong>de; o<br />
ato de ler e o ato de escrever estão intimamente ligados. Neste sentido:<br />
Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte: fenômeno<br />
de criativi<strong>da</strong>de que representa o mundo, o homem, a vi<strong>da</strong>, através <strong>da</strong><br />
palavra. Funde os sonhos e a vi<strong>da</strong> prática, o imaginário de o real, os ideais e<br />
sua possível/impossível realização. (COELHO, 2000, p.27)<br />
A literatura infantil é entendi<strong>da</strong> como arte, pois faz uso <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de ao transfigurar<br />
a reali<strong>da</strong>de. Daí a sua grande importância para a formação de um indivíduo criativo,<br />
responsável e atuante na socie<strong>da</strong>de. Vive-se em uma socie<strong>da</strong>de onde as trocas sociais<br />
acontecem rapi<strong>da</strong>mente, sejam através <strong>da</strong> leitura, <strong>da</strong> escrita e <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de. Diante disso, a<br />
escola busca conhecer e desenvolver na criança as competências <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong> escrita e a<br />
literatura infantil pode influenciar de maneira positiva neste processo. Por ser um instrumento<br />
motivador e desafiador, ela é capaz de transformar o indivíduo em sujeito ativo, responsável<br />
pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de<br />
acordo com a sua necessi<strong>da</strong>de.<br />
Saraiva (2001, p.23) compactua dessa idéia afirmando que o papel <strong>da</strong> escola não é só<br />
iniciar a criança no processo de aquisição <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong> escrita, mas possibilitar aos discentes<br />
uma convivência com a tradição literária, ou seja, dela se espera a formação do leitor. Sendo<br />
assim, os professores devem oportunizar a realização de leituras na sala de aula, sem, no<br />
entanto obrigá-los a cumpri-las, mas sempre os estimulando a interagirem com os textos<br />
literários sugeridos.<br />
A leitura deve acontecer de forma prazerosa, sem restrições ou punições, pois qualquer<br />
imposição pode causar <strong>da</strong>nos irreversíveis na vi<strong>da</strong> escolar do discente. Cagliari discute essa<br />
questão afirmando que “a leitura é ain<strong>da</strong> uma fonte de prazer, de satisfação pessoal, de<br />
conquista, de realização, que serve de grande estímulo e motivação para que a criança goste<br />
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