Claudia da Silva Moraes Fagundes - Uneb
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consideração quem ela é e de onde vem esta criança para traçar metas basea<strong>da</strong>s na reali<strong>da</strong>de<br />
em que está inseri<strong>da</strong>, o que nem sempre ocorre. De acordo Cunha<br />
(...) gostar ou não de literatura, como de qualquer outra experiência, não é<br />
um <strong>da</strong>do biológico de nascença. Se essa característica é <strong>da</strong> história de ca<strong>da</strong><br />
um cabe-nos como educadores influir o melhor que pudermos nesse <strong>da</strong>do<br />
cultural” (CUNHA, 1991. p. 53).<br />
Como constatamos a contribuição <strong>da</strong> literatura infantil para o desenvolvimento <strong>da</strong><br />
aquisição <strong>da</strong> escrita pela criança é imensa. No Brasil, a quanti<strong>da</strong>de de escritores que tem se<br />
interessado por este público também é crescente e muitos destes já são consagrados, tais<br />
como: Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Celso Antunes, Cecília Meireles, Ziraldo,<br />
Sylvia Ortoff, João Marinho, Anna Flora, Edy Lima e Ruth Rocha, cuja obra e sua recepção<br />
junto ao público infantil e juvenil constituem-se objeto de particular interesse nesta pesquisa.<br />
3.1- A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE RUTH ROCHA<br />
Ruth Machado Louza<strong>da</strong> Rocha nasceu em 02 de março de 1931 na ci<strong>da</strong>de de São<br />
Paulo, em uma família de classe média, filha dos cariocas Álvaro de Faria Machado, médico,<br />
e Esther de Sampaio Machado, têm quatro irmãos, Ril<strong>da</strong>, Álvaro, Eliana e Alexandre. Teve<br />
uma infância alegre e repleta de livros e gibis, <strong>da</strong>í pode-se imaginar o porquê desta autora ter<br />
se tornado essa grande escritora, uma vez que desde criança já gostava de se debruçar nos<br />
livros, e também devido à influência literária dos seus familiares, fato este comprovado em<br />
seu depoimento:<br />
Na minha família a história esteve sempre presente. Contos de fa<strong>da</strong>s, Mil e<br />
uma noites, contos folclóricos...<br />
Lidos ou contados pela minha mãe, pelo meu pai e especialmente, pelo meu<br />
avô. Meu avô conhecia e contava to<strong>da</strong>s as histórias que existiam. Contos<br />
tradicionais, Gata Borralheira, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho<br />
eram contados por ele, mas ambientados na Bahia, de onde a família viera.<br />
Os personagens falavam de Caixaprego, <strong>da</strong> Ladeira do Escorrega, em<br />
Salvador, e de outros lugares também, que meu avô trabalhava na Central<br />
do Brasil e viajava muito.<br />
E assim a história entrou na minha vi<strong>da</strong> pelo caminho mais efetivo: O<br />
caminho afetivo.<br />
( ROCHA, Mulheres de Coragem,1991,36 )<br />
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