Claudia da Silva Moraes Fagundes - Uneb
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O período de vivência do processo de alfabetização é uma fase muito importante na<br />
vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança. O respeito ao tempo de desenvolvimento de ca<strong>da</strong> um acaba se tornando um<br />
dos pontos principais a ser considerado pelo professor, pois antes de ser aluno a criança é um<br />
ser em formação, com seus medos e receios, habili<strong>da</strong>des e dificul<strong>da</strong>des que devem ser<br />
venci<strong>da</strong>s com a aju<strong>da</strong> de um orientador <strong>da</strong> aprendizagem e não com um ditador de regras.<br />
2.4- A ANÁLISE LINGUÍSTICA NA SALA DE AULA<br />
Em tempos não muito distantes, o ensino <strong>da</strong> gramática nas escolas tinha como função<br />
fazer com que os alunos assimilassem o maior número possível de conceitos lingüísticos. A<br />
aquisição destes conceitos pelos discentes promoveria uma homogenei<strong>da</strong>de na socie<strong>da</strong>de e<br />
eliminaria a diversi<strong>da</strong>de lingüística advin<strong>da</strong> do contexto histórico-social. A inserção do<br />
indivíduo aconteceria de forma natural, desde que ele tivesse domínio dos aspectos<br />
morfológicos e fonológicos <strong>da</strong> língua portuguesa. Entretanto os sujeitos que não<br />
conseguissem se encaixar neste perfil viveriam à margem <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />
Com o passar dos anos, novas necessi<strong>da</strong>des vieram à tona, e somente a aprendizagem<br />
<strong>da</strong> gramática já não é mais suficiente. A escola precisa incitar o desenvolvimento de<br />
habili<strong>da</strong>des para a vi<strong>da</strong>, levando em consideração que o aluno não é uma “tábula rasa”, que<br />
dentro <strong>da</strong> sua vivência ele adquiriu conhecimentos que podem ser reutilizados num ambiente<br />
formal de ensino. Ao professor, como mediador do processo, se lança o papel de relacionar os<br />
conhecimentos prévios com os conteúdos a serem apreendidos, dentro de uma aprendizagem<br />
significativa para o aluno.<br />
Sobre o ensino de gramática nas escolas Antunes (2003) diz que:<br />
[...] Vale a pena lembrar que, de tudo o que diz respeito à língua, a<br />
nomenclatura é a parte menos móvel, menos flexível, mais estanque e mais<br />
distante <strong>da</strong>s intervenções dos falantes. Talvez, por isso mesmo, seja a parte<br />
‘mais fácil’ de virar objeto <strong>da</strong>s aulas de língua (ANTUNES, 2003, p.32).<br />
Considerando o comentário de Antunes, fica fácil perceber porque o ensino <strong>da</strong><br />
gramática nas escolas é considerado pelos alunos como o “bicho papão” <strong>da</strong>s aulas de<br />
português. Os conteúdos são trabalhados sem contexto, na maioria <strong>da</strong>s vezes incoerentes com<br />
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