Claudia da Silva Moraes Fagundes - Uneb
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(...) mitos, fábulas, len<strong>da</strong>s, teogonias, aventuras, teatro, festas populares,<br />
jogos, representações várias (...) ocuparam no passado o lugar que hoje<br />
concedemos ao livro infantil (MEIRELES, 1984, p.55).<br />
Além <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de, as histórias infantis, que geralmente são utiliza<strong>da</strong>s pelos<br />
professores como forma de entretenimento ou distração, podem ser uma maneira prazerosa de<br />
incentivo à aquisição <strong>da</strong> leitura e conseqüentemente <strong>da</strong> escrita já que, comumente, a criança<br />
sempre tem um interesse especial por elas. Mas, as diferenças entre as histórias conta<strong>da</strong>s e as<br />
histórias li<strong>da</strong>s são significantes para uma criança, uma vez que segundo Britton:<br />
... ao ouvir histórias, a criança vai construindo seu conhecimento <strong>da</strong><br />
linguagem escrita, que não se limita ao conhecimento <strong>da</strong>s marcas gráficas a<br />
produzir ou a interpretar, mas envolve gênero, estrutura textual, funções,<br />
formas e recursos lingüísticos. Ouvindo histórias, a criança aprende pela<br />
experiência a satisfação que uma história provoca; aprende a estrutura <strong>da</strong><br />
história, passando a ter consideração pela uni<strong>da</strong>de e seqüência do texto;<br />
associações convencionais que dirigem as nossas expectativas ao ouvir<br />
histórias; o papel esperado de um lobo, de um leão, de uma raposa, de um<br />
príncipe; delimitadores iniciais e finais ('era uma vez... e viveram felizes<br />
para sempre') e estruturas lingüísticas mais elabora<strong>da</strong>s, típicas <strong>da</strong><br />
linguagem literária. Aprende pela experiência o som de um texto escrito<br />
lido em voz alta (apud KATO, 1997:41).<br />
Assim como Britton, Ribeiro (1997) também acredita que o texto escrito lido em voz<br />
alta possa propiciar o desenvolvimento <strong>da</strong> linguagem escrita uma vez que o exercício <strong>da</strong><br />
pronúncia e entonação leva, sutilmente, os alunos a internalizarem os sinais de pontuação, por<br />
exemplo.<br />
Nos dias atuais, percebemos que a contação de histórias e a leitura em voz alta deixou<br />
de ser papel dos nossos avós e pais e passou a ser papel do professor. Diante disso, Cunha<br />
propõe que<br />
(...) seria muito importante que a escola procurasse desenvolver no aluno<br />
formas ativas de lazer, aquelas que tornam o indivíduo crítico e criativo,<br />
mais consciente e produtivo. A literatura teria papel relevante nesse aspecto<br />
(CUNHA, 1991. p. 47).<br />
A utilização dos textos infantis pelo professor apenas como distração, para o ensino de<br />
boas maneiras e/ou hábitos de higiene, sem eleger os objetivos que se quer alcançar, sem<br />
nenhum critério de planejamento e de avaliação, é um equívoco. A escola assume papel<br />
relevante na preparação <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong> escrita na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança. Porém, deve-se levar em<br />
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