Claudia da Silva Moraes Fagundes - Uneb
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Contudo, essa abertura e alargamento de horizontes variam de acordo com a<br />
sensibili<strong>da</strong>de que ca<strong>da</strong> indivíduo possui frente à literatura, seja ela basea<strong>da</strong> na ficção ou na<br />
reali<strong>da</strong>de. Dependendo <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de que as crianças possuem diante <strong>da</strong> literatura infantil,<br />
certamente abrem-se inúmeras virtuali<strong>da</strong>des cognitivas do texto, pois como seres únicos com<br />
to<strong>da</strong> nossa singulari<strong>da</strong>de, temos ca<strong>da</strong> um real condição de estarmos interpretando de maneiras<br />
diversas os textos literários que nos são apresentados. Essa postura é riquíssima para o<br />
desenvolvimento cognitivo e emocional <strong>da</strong>s crianças, para que elas possam constituir-se ca<strong>da</strong><br />
vez mais como seres humanos críticos e reflexivos.<br />
2.3- A ESCRITA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA<br />
É corriqueiro na vi<strong>da</strong> de muitas pessoas, inclusive dos educadores, encarar a escrita<br />
como algo familiar e fácil, é visão comum até mesmo para aqueles que não entendem o seu<br />
funcionamento, apenas a usam. Mas, para a criança, essa é uma ativi<strong>da</strong>de nova e requer um<br />
tratamento especial. Principalmente, porque na escola a maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de português<br />
gira em torno <strong>da</strong> escrita (CAGLIARI, 2004). Poucas são as crianças que já vão para a escola<br />
com alguma noção de leitura e de escrita. Estas privilegia<strong>da</strong>s, certamente já vivem num meio<br />
social e têm pais que lêem e escrevem cotidianamente. Mas, as que pertencem à família de<br />
classe social baixa, a grande maioria, escrever é um mundo novo e por isso deve fazer sentido<br />
para elas.<br />
Especificamente em relação à linguagem escrita, podemos pensar, portanto, que a<br />
criança, mesmo antes de ler e escrever as primeiras letras, já participa ativamente dos<br />
processos envolvidos nessa aquisição. Ela percebe, analisa, formula suas hipóteses sobre a<br />
leitura e a escrita a que está exposta em seu cotidiano. Seria, então, até inadequado imaginar<br />
que uma criança em i<strong>da</strong>de pré-escolar não tenha competência e condições de apreender as<br />
diversas características <strong>da</strong> comunicação gráfica.<br />
Segundo Contini (1988), uma criança exposta a um ambiente propício, ou seja,<br />
material escrito e pessoas que o manuseiem, incluindo a própria criança, já estaria<br />
apreendendo seus usos e funções como forma de comunicação antes mesmo dos dois anos de<br />
i<strong>da</strong>de. Foram os estudos sobre o que seria a psicogênese <strong>da</strong> linguagem escrita de Ferreiro e<br />
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