Claudia da Silva Moraes Fagundes - Uneb
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Essa duali<strong>da</strong>de de sentidos se justifica porque em uma determina<strong>da</strong> situação, ler e<br />
escrever significam adquirir a habili<strong>da</strong>de de codificar a língua oral em língua escrita<br />
(escrever) e decodificar a língua escrita em língua oral (ler ). Em outra situação, o ler e o<br />
escrever seriam a apreensão e compreensão de significados expressos apropriados pela<br />
criança visando à comunicação, a aquisição de conhecimento e de troca.<br />
Quanto à natureza do processo de alfabetização, ela enfatiza que a alfabetização é um<br />
conjunto de habili<strong>da</strong>des de natureza multifaceta<strong>da</strong>, que não deve ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> de forma<br />
fragmenta<strong>da</strong> pelos profissionais <strong>da</strong>s diversas áreas do conhecimento e, sim, se deve promover<br />
uma articulação e integração dos estudos a respeito de suas diferentes facetas.<br />
O terceiro ponto ressaltado pela autora para o processo de aquisição <strong>da</strong> leitura e escrita<br />
é o aspecto social, pois esse processo não é individual, e envolvem a i<strong>da</strong>de, as características<br />
culturais, econômicas e tecnológicas dos indivíduos.<br />
Levando em conta todos os aspectos comentados anteriormente, Soares abarca um<br />
conceito abrangente, incluindo a abor<strong>da</strong>gem “mecânica”, o enfoque <strong>da</strong> língua escrita como<br />
um meio de expressão e compreensão e os determinantes sociais <strong>da</strong>s funções e fins <strong>da</strong><br />
aprendizagem <strong>da</strong> língua escrita.<br />
Para Saraiva (2001), saber ler e escrever são na ver<strong>da</strong>de, mais do que dominar um<br />
instrumento, pois o usuário integra-se na prática social, o sujeito traz para a escola as suas<br />
vivências e esse conhecimento deve ser aproveitado pelo professor, organizando ativi<strong>da</strong>des<br />
significativas e refletindo sobre sua prática, imbrica<strong>da</strong> no conhecimento de como o sujeito<br />
aprende.<br />
Conforme Rego (1995), a criança aprende a se comunicar oralmente antes de ter<br />
atingido o domínio pleno dos padrões fonológicos e gramaticais <strong>da</strong> língua e os erros são<br />
considerados parte do processo de aprender a falar, assim também ocorre no processo de<br />
aquisição <strong>da</strong> leitura e escrita, mas muitas escolas infelizmente não se apropriam dessa<br />
concepção pe<strong>da</strong>gógica, como afirma a antropóloga Shirley B Health ( apud Rego p.15) “ O<br />
aprender a ler e a escrever tem priori<strong>da</strong>de sobre o ler e o escrever para obter e transmitir<br />
informações” , assim a língua escrita é apresenta<strong>da</strong> ao aprendiz como um código<br />
descontextualizado que ele tem que dominar para depois usar.<br />
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