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Miolo PD27 - 28-07-2010.indd - Fundação Astrojildo Pereira

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Mundo<br />

Minha tese é que a União deve, antes de tudo, se propor melhorar<br />

a própria performance na macrorregião que a circunda: ser eficaz na<br />

chamada vizinhança, desde os Bálcãs até o Mediterrâneo, é a condição<br />

para adquirir credibilidade e estima suficientes para dar um salto<br />

de qualidade em escala global. E é a premissa de uma divisão do<br />

trabalho operacional com os Estados Unidos.<br />

A política europeia na vizinhança, por sua vez, tem dois essenciais<br />

polos exteriores de referência: a Rússia e a Turquia. Ambos, num certo<br />

sentido, definem os “limites” da Europa; ambos têm a ver com questões<br />

cruciais de segurança energética; e em ambos continuam a existir<br />

sensibilidades nacionais – ou reais interesses – diferentes. Isso me<br />

conduz a uma primeira conclusão: sem uma política comum de energia,<br />

a Europa não terá uma autêntica política exterior.<br />

Do lado russo, a aproximação entre Washington e Moscou também<br />

facilita uma maior convergência das políticas europeias: a distância<br />

entre novos e velhos membros da União em parte se reduziu.<br />

Do lado da Turquia, o congelamento de fato das perspectivas de adesão<br />

põe o problema de como proteger as relações com um ator agora<br />

muito ativo no teatro do Oriente Médio. Vendo mais a longo prazo, a<br />

projeção geopolítica da Europa (ou de uma sua parte) para o Mar<br />

Negro e o Mar Cáspio tenderá a se reforçar.<br />

Paralelamente, a UE deve tentar recuperar o peso em relação ao<br />

Sul, no Mediterrâneo e no Oriente Médio. A Europa, ou melhor, os<br />

países europeus – Itália e França em particular – desempenharam<br />

um papel importante em 2006, com a decisão de mobilizar contingentes<br />

militares no Líbano. Restou, no entanto, como uma decisão<br />

isolada: a UE, no teatro palestino-israelense, vive hoje uma espécie<br />

de eclipse. E isso justamente no momento em que os Estados Unidos<br />

definem o problema do conflito palestino-israelense como sua prioridade<br />

de segurança nacional, aceitando assim a relação que a Europa<br />

sempre sublinhou: a solução do problema palestino tornará menos<br />

intratáveis os conflitos abertos no Grande Médio Oriente.<br />

Aqui, faz-se necessária uma alusão ao problema nuclear iraniano,<br />

caso em que a UE (com a fórmula EU-3 [Alemanha, França, Inglaterra],<br />

que incluiu também o Alto Representante para a Política Exterior<br />

e de Segurança) assumiu responsabilidades diretas. Como resultado<br />

dos esforços em curso no Conselho de Segurança, novas sanções internacionais<br />

serão provavelmente aprovadas: penso que é necessário.<br />

(...) Considero que seria um erro avalizar as pretensões do regime dos<br />

aiatolás de se dotar de armas nucleares. O problema é que o compromisso<br />

internacional neste sentido deve ser acompanhado pela vontade<br />

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PolíticaDemocrática·Nº27

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