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Miolo PD27 - 28-07-2010.indd - Fundação Astrojildo Pereira

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Observatório Político<br />

de zelar pela observância da lei ao advertir que o presidente Luiz<br />

Inácio da Silva poderia vir a ser processado por abuso de poder por<br />

causa do uso da máquina pública em favor da candidata do PT (seis<br />

multas) à Presidência da República, Dilma Rousseff (seis multas). De<br />

acordo com dirigentes do PT, Sandra Cureau transgrediu regras ao<br />

aconselhar o presidente Lula a “fechar a boca” antes que seja tarde<br />

demais e que ponha em risco a sobrevivência legal da candidatura<br />

oficial. O PT alega preocupação com a legalidade do processo. De<br />

verdade não é nada disso. Se fosse, seu militante mais destacado, o<br />

presidente da República, não estaria exorbitando há tanto tempo e<br />

de tal maneira que deixará a marca da ilegalidade impressa na sua<br />

gestão. O que o PT faz é exatamente o que diz o procurador-geral da<br />

República, Roberto Gurgel: intimida. Ou melhor, tenta intimidar. A<br />

tática de arreganhar os dentes e em seguida se fazer de vítima já deu<br />

muito certo”.<br />

Segundo Dora Kramer, “a bem aplicadíssima reprimenda da viceprocuradora<br />

eleitoral Sandra Cureau apenas repetiu o que vem sendo<br />

dito por magistrados”. Em maio, durante o julgamento de mais<br />

uma transgressão presidencial - o uso do programa partidário como<br />

horário eleitoral – o ministro Marco Aurélio Mello já havia advertido<br />

que a multa “não é a consequência mais séria” e que a repetição de<br />

infrações poderia ensejar abertura de processo por abuso de poder<br />

mais adiante”. Para a jornalista fluminense, “de lá para cá essa vem<br />

sendo a tônica de repetidas manifestações da Justiça e de outros<br />

setores da sociedade, mais sensíveis para esse tipo de questão desde<br />

a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Por isso mesmo é que as atitudes<br />

do presidente Lula ficam cada vez mais desconectadas do contexto<br />

em que o clamor passou a ser pela correção e pela legalidade. Brutalidades<br />

tais como referir-se a “uma procuradora qualquer aí” já não<br />

são mais vistas como simples acidentes dos improvisos presidenciais.<br />

Tantas Luiz Inácio da Silva fez que a tolerância das pessoas<br />

esgotou-se. Agora o ambiente já não é mais de indiferença. Tanto que<br />

houve a reação forte da Procuradoria-Geral, da OAB e entidades<br />

afins, que não parecem mais dispostas a compactuar com a escalada<br />

de desrespeito à lei e à Constituição comandada pelo presidente da<br />

República. Lula por duas vezes já disse que não transgrediria mais,<br />

o que o põe na condição de réu confesso. O PT, portanto, dissimula<br />

quando invoca o cumprimento da lei para justificar a ideia de representar<br />

contra a vice-procuradora. Trata-se só de uma cena de ofendido.<br />

Para ver se o público se esquece do mais contumaz dos ofensores,<br />

cujo plano assumido é fazer dessa eleição uma guerra sob o lema<br />

“nós contra eles”.<br />

32<br />

PolíticaDemocrática·Nº27

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