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Miolo PD27 - 28-07-2010.indd - Fundação Astrojildo Pereira

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Agenda para um novo Brasil<br />

os limites deste artigo, assinalaremos apenas algumas linhas de política<br />

pública com foco nas desigualdades socioeconômicas.<br />

É inegável que nos 25 anos de democracia, particularmente nos<br />

16 últimos anos de estabilidade econômica, conseguimos no Brasil<br />

avanços significativos em termos de inclusão social e redução das<br />

desigualdades. É preciso reconhecer, no entanto, que ainda estamos<br />

longe da situação de equidade mínima desejável e necessária. Pobreza<br />

e indigência caíram, mas seus percentuais continuam elevados.<br />

Além disso, parte importante dos egressos da indigência alcançaram<br />

uma situação de consumo nova, compatível com a própria sobrevivência,<br />

mas não foram incluídos de forma plena em termos de inserção<br />

produtiva nem de autonomia cidadã.<br />

Para prosseguir no rumo da inclusão precisamos, em primeiro<br />

lugar, manter e aperfeiçoar os programas de transferência de renda<br />

existentes, com controle maior sobre a seleção de beneficiários e a<br />

partilha de responsabilidades por sua implementação com os governos<br />

estaduais e municipais.<br />

No entanto, como observamos, se esse tipo de programa tem o<br />

mérito indubitável de manter os pobres vivos, apresenta o defeito<br />

também evidente de manter os pobres na situação de pobreza em<br />

que se encontram, sem abrir caminhos de inserção produtiva e de<br />

ganho de responsabilidade cidadã. Para avançar nesse rumo, para o<br />

início de um círculo virtuoso de acumulação de capital social, são<br />

necessários outros instrumentos.<br />

Em primeiro lugar, uma política educacional muito mais incisiva e<br />

eficiente que a atual. A implantação da educação em tempo integral é<br />

imperativa, assim como a melhoria da qualidade do ensino fundamental<br />

e médio. A avaliação periódica de desempenho deve tornar-se o norte<br />

da política educacional, ao identificar as fragilidades a serem superadas.<br />

O desempenho do Brasil em todos os testes internacionais de<br />

desempenho escolar tem-se mantido pífio, com efeitos já observáveis<br />

em termos de mercado de trabalho. A escassez de profissionais qualificados<br />

em algumas áreas começa a configurar-se um gargalo inibidor do<br />

crescimento comparável aos gargalos na oferta de transporte e energia.<br />

O segundo instrumento a ser mobilizado é uma política nacional<br />

de trabalho. Trabalho no sentido amplo, uma vez que, em condições<br />

de sociedade do conhecimento, o trabalho assume cada vez menos<br />

a forma de emprego. Uma política desse tipo deverá incentivar o<br />

emprego formal, mas também apoiar a pequena e microempresa, o<br />

associativismo, o trabalho autônomo e o empreendedorismo de maneira<br />

geral.<br />

Caetano<strong>Pereira</strong>deAraujoeRobertoFreire<br />

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