Miolo PD27 - 28-07-2010.indd - Fundação Astrojildo Pereira
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O Brasil e armas nucleares<br />
Os argumentos levantados em relação às restrições que a adesão<br />
ao Protocolo Adicional criaria são incorretos. Pelo contrário é a não<br />
adesão que poderia criar dificuldades para esta transferência e a<br />
oposição que o Brasil e o Irã têm feito em diversas conferências internacionais<br />
à sua adoção geram suspeitas de que haveria interesse<br />
destes países em produzir artefatos nucleares. É por esta razão que<br />
a recente Conferência das Partes do TNP que se reúne a cada cinco<br />
anos, em maio do corrente ano, adotou resolução recomendando a<br />
adesão de todos os signatários do Tratado ao Protocolo Adicional.<br />
A Conferência dos G8 (grandes países industrializados) em Toronto,<br />
em junho do corrente ano, fez recomendações no mesmo sentido<br />
O silêncio do presidente da República sobre o tema encoraja as<br />
desconfianças de que o Brasil tem intenções de desenvolver armas<br />
nucleares como forma de exercer a soberania nacional<br />
Só um nacionalismo estreito e retrógrado poderia nos levar a pensar<br />
que o TNP viola a soberania nacional, pois o seu conteúdo é análogo<br />
ao art. 21 da Constituição Federal que determina que “toda a<br />
atividade nuclear em território nacional somente será admitida para<br />
fins pacíficos”. Assegurar nossa soberania não vai decorrer da posse<br />
de armas nucleares, mas de um desenvolvimento nacional, científico<br />
e tecnológico autêntico.<br />
JoséGoldemberg<br />
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