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Miolo PD27 - 28-07-2010.indd - Fundação Astrojildo Pereira

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Dez anos de Responsabilidade Fiscal<br />

então a “influenciar”, junto com outros economistas de vanguarda,<br />

sobre os verdadeiros caminhos e exigências do pensamento econômico<br />

progressista, aparentemente não teve tempo de chegar à “lição” da<br />

Responsabilidade Fiscal. Só o exercício do poder parece ter conseguido<br />

abrir-lhes a cabeça sobre a questão. Mas os setores mais aferrados<br />

aos velhos dogmas ainda insistem nas velhas teses da valorização do<br />

“déficit público” como instrumento de promoção da cidadania e do<br />

progresso econômico. E, paradoxalmente, são os mesmos que se<br />

submetem ao absolutismo do Banco Central na formulação da política<br />

monetária.<br />

Além da questão transparência na avaliação da Responsabilidade<br />

Fiscal e do julgamento dos deputados que aprovaram um índice superior<br />

ao desejado pelo governo, há um assunto ainda difícil de ser<br />

tratado, em todos os países do mundo: o envelhecimento. A população<br />

está vivendo cada vez mais e, relativamente, trabalhando menos,<br />

com o agravante de que esperam, na velhice, uma qualidade de vida<br />

até superior à que tiveram na mocidade: um carro melhor, um jardim<br />

de delícias, a viagem (viagens...) dos sonhos, um novo casamento<br />

(com parceiros mais jovens), maior ajuda aos filhos e até netos, enfim,<br />

uma certa “nobreza de estilo”, principalmente quando pertencem<br />

à classe média. Outro dia, convidado para almoçar na casa de<br />

um colega meu, fiquei simplesmente impressionado com a pompa e<br />

circunstância de um mero almoço de meio da semana: várias carnes<br />

em pratos impronunciáveis, vinho importado, serviçais e uma sobremesa<br />

imperdível. Ao final um “cognac”, também importado. Tudo<br />

muito bem. Nada a criticar. Eles são bastante idosos, ambos altamente<br />

educados e bem aposentados.<br />

Mas como a classe média média e média alta mantém esse nível<br />

de vida depois de aposentada? Estou falando de assalariados. Graças,<br />

ou às aposentadorias de servidores das carreiras de Estado, no<br />

caso brasileiro, ou aos fundos de pensão, sejam de estatais ou de<br />

empresas privadas. Neste caso, dos fundos, não só no Brasil, mas<br />

no mundo inteiro, seus beneficiários se transformam em sócios do<br />

sistema financeiro e de todos os mecanismos, artificiais ou não, honestos<br />

ou não, convenientes ou não, de valorização de seus fundos.<br />

A importância desses fundos não é nada desprezível. Peter Drucker,<br />

um visionário, chegou a dedicar um de seus últimos livros à análise<br />

deles. Diz ele, também, num outro livro dedicado ao estudo da evolução<br />

dos bancos nos Estados Unidos, que o negócio deles é cada vez<br />

mais informação e menos capital. Com efeito, é de um intrincado<br />

sistema de informações sobre a movimentação financeira frenética,<br />

em escala global, que são feitos os grandes negócios, sobre os quais<br />

PauloTimm<br />

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