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Miolo PD27 - 28-07-2010.indd - Fundação Astrojildo Pereira

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Observatório Político<br />

Consideramos esse modelo ineficiente e indesejável, nas condições<br />

atuais. Na verdade, a tentativa de praticar essa receita no ambiente<br />

contemporâneo promove inevitavelmente tensões e atritos<br />

com o ordenamento democrático, uma vez que sua premissa é a concentração<br />

de recursos e de poder, nos executivos nacionais, nas<br />

grandes corporações e nas cúpulas sindicais. O modelo pareceu viável<br />

nos anos recentes graças à herança robusta de reformas legada<br />

pelo governo anterior, numa conjuntura internacional que se mostrou<br />

favorável na maior parte do período.<br />

Do outro lado da disputa, temos a retomada do projeto de reforma<br />

do Estado e do aprofundamento da democracia. As candidaturas<br />

de oposição, em particular a de José Serra, propugnam a mudança.<br />

Para enfrentar as demandas cada vez mais exigentes da cidadania no<br />

plano interno e os desafios da concorrência no mundo globalizado,<br />

para avançar no rumo da sociedade que queremos todos, com padrões<br />

elevados de democracia, equidade e afluência, a oposição sabe<br />

que não basta gerir com eficiência o Estado de que dispomos, é preciso<br />

reformá-lo radicalmente, para torná-lo capaz de responder satisfatoriamente<br />

a essas demandas.<br />

Nessa perspectiva, apresentamos para discussão ampla a seguinte<br />

proposta de agenda para o Brasil. Nosso objetivo é, em linhas gerais,<br />

uma sociedade democrática, afluente e equitativa; o caminho, a<br />

reforma do Estado. Democracia e equidade são, com certeza, valores<br />

que perseguimos, objetivos normativos, mas ao mesmo tempo premissas<br />

do desenvolvimento possível nas condições de hoje. Nesse<br />

sentido, convergimos para o consenso vigente nos foros internacionais:<br />

desenvolvimento não é redutível a crescimento econômico, mas<br />

abriga como dimensões necessárias a ampliação da democracia, a<br />

redução das desigualdades e a diretriz da sustentabilidade.<br />

A história recente mostrou ao mesmo tempo a necessidade e a<br />

insuficiência dos mecanismos de mercado e do Estado para a regulação<br />

das relações econômicas e sociais. A lacuna que resta só pode ser<br />

ocupada pela cidadania organizada, pela transparência, pelo controle<br />

e participação do cidadão. Mercado e Estado precisam para bem<br />

funcionar da partilha das decisões e responsabilidades com o cidadão.<br />

Por essa razão, a qualidade da democracia hoje é condição do<br />

desenvolvimento e é preciso um ganho expressivo de qualidade para<br />

que a democracia brasileira tenha condições de responder à altura<br />

aos desafios do presente.<br />

Na mesma perspectiva, está claro que desenvolvimento, no sentido<br />

amplo aqui utilizado, é tarefa complexa que exige o concurso das poten-<br />

16<br />

PolíticaDemocrática·Nº27

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