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Padrões de Corpo e Moda. - Senac

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forma <strong>de</strong> emblema distintivo, classes sociais usam e abusam <strong>de</strong>sse mecanismo para se<br />

sobrepor. E, para garantir a distância social as classes superiores vêem-se obrigadas à<br />

inovação. As classes inferiores correm para imitar os outros que lhes são superiores, e<br />

estes, por sua vez partem em busca <strong>de</strong> algo novo que os diferencie.<br />

Esse é apenas um dos aspectos da moda. Aceitar, portanto, que o esquema da<br />

distinção social seja a chave soberana da inteligibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse meio é <strong>de</strong> uma ingenuida<strong>de</strong><br />

teórica assustadora. Já é tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontar o credo comum <strong>de</strong> que o realce da moda<br />

encontra-se no dispêndio <strong>de</strong>monstrativo como meio para significar uma posição, para<br />

<strong>de</strong>spertar admiração e expor um certo estatuto status social. A busca pelo novo passa a<br />

ser a matriz reguladora <strong>de</strong> um movimento circular interminável, característico da própria<br />

dinâmica do fenômeno.<br />

1.2. A linguagem do olhar na <strong>Moda</strong><br />

As representações dos novos estilos, produzidas e propagadas pelos meios <strong>de</strong><br />

comunicação social, transformam-se rapidamente e, ao mesmo tempo em que a socieda<strong>de</strong><br />

as idolatra, renega. Estar “<strong>de</strong>ntro ou fora <strong>de</strong> moda”, transforma-se em um jogo perverso que<br />

está sempre em mutação nos diferentes grupos sociais e subculturas diversas. Quanto<br />

mais informações visuais contiverem as coleções, mais atraentes serão.<br />

Tomando a analogia do mundo físico, o olhar não seria apenas comparável à luz que<br />

entra pelas pupilas e <strong>de</strong>las sai como sensação e impressão, mas teria também<br />

proprieda<strong>de</strong>s dinâmicas <strong>de</strong> energia e calor, graças ao enraizamento nos afetos e na<br />

vonta<strong>de</strong>. O olhar não é apenas agudo, ele é intenso e ar<strong>de</strong>nte. O olhar não é só<br />

clarivi<strong>de</strong>nte, é também <strong>de</strong>sejoso, apaixonado. BOSI (1999) fala do olhar que :<br />

“(...) conhece sentido (<strong>de</strong>sejando ou temendo) e sente conhecendo.<br />

Está implantado na sensibilida<strong>de</strong>, na sexualida<strong>de</strong>: a sua raiz mais profunda<br />

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