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Padrões de Corpo e Moda. - Senac

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Assim, para ele a vida adulta e perfeita não está associada aos movimentos dos<br />

astros, mas sim em relação aos atos próprios, pois a finalida<strong>de</strong> já foi atingida, ou seja, a<br />

forma adulta já foi alcançada. Isso significa dizer que, tanto o doente como o imaturo,<br />

precisaria locomover-se para alcançar a saú<strong>de</strong> ou a perfeição. Ele consi<strong>de</strong>rava a doença<br />

como aci<strong>de</strong>nte, não encontrando no homem a forma cadáver <strong>de</strong> Platão, mas dizia que o<br />

homem <strong>de</strong>veria caminhar em direção à perfeição.<br />

Este sumário texto não se propõe a <strong>de</strong>talhar o conjunto <strong>de</strong> tais diferenças (entre<br />

Platão , Aristóteles e até <strong>de</strong> Hipócrates) mas não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> sublinhar a importante<br />

idéia aristotélica <strong>de</strong> que a alma é a "forma" do corpo, o seu princípio dinâmico. A alma é,<br />

portanto, ligada ao corpo. E este, por sua vez, é composto <strong>de</strong> alma e matéria. Po<strong>de</strong>-se<br />

suspeitar que a alma se opõe muito mais à matéria do que ao corpo. Mas, mesmo assim, a<br />

matéria não existe sem a forma e esta não existe em estado puro.<br />

Se para Platão uma mesma alma podia vagar, passando <strong>de</strong> um corpo a outro, para<br />

Aristóteles, ao contrário, uma alma não existe sem um corpo e não se i<strong>de</strong>ntifica com<br />

qualquer corpo.<br />

“Enquanto a alma é pensada em termos positivos e dotada <strong>de</strong><br />

imortalida<strong>de</strong>, o corpo permanece mortal, aquilo que impe<strong>de</strong> o homem <strong>de</strong><br />

conquistar uma contemplação serena da vida. Consi<strong>de</strong>rado seu duplo<br />

vergonhoso, o corpo pa<strong>de</strong>ce e está fadado a pa<strong>de</strong>cer, pois, diferentemente<br />

da alma, está submetido aos ciclos naturais, as flutuações do <strong>de</strong>sejo, aos<br />

perigos da corrupção. Afirma-se uma concepção, que atravessará os<br />

séculos, na qual o humano tem um <strong>de</strong>stino original em relação à natureza,<br />

graças a sua alma imortal: Homem e natureza, tanto quanto alma e corpo,<br />

se afirmam como termos opostos.” (apud SANT’ANNA; 2006:13)<br />

O homem torna-se, assim, um ser que possui uma relativa in<strong>de</strong>pendência em<br />

relação ao cosmo, uma vez que possui <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si a verda<strong>de</strong>, ou seja, ele é munido <strong>de</strong><br />

alma. Seguindo esse raciocínio judaico-cristão, é através da alma, e não do corpo, que o<br />

homem po<strong>de</strong> ver Deus. Por conseguinte, na medida em que o corpo dificulta essa visão,<br />

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