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Padrões de Corpo e Moda. - Senac

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Como afirmado anteriormente, o corpo intocado é objeto natural, muito próximo à<br />

animalida<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> grupal específica estabelece-se por marcas <strong>de</strong>ixadas por:<br />

escarificações, perfurações, tatuagens e mesmo mutilações (circuncisão, extração <strong>de</strong><br />

clitóris). Estes são sinais <strong>de</strong> pertinência, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social, ao passo que assinalam a<br />

condição tida por autenticamente humana daqueles que as exibem.<br />

O corpo é a evidência que acompanha todo ser humano, do nascimento à morte, e<br />

é, contudo, finito, sujeito a transformações nem sempre <strong>de</strong>sejáveis ou previsíveis. Com o<br />

tempo, mudam-se:formas, peso, funcionamento e ritmo. Talvez. por isso mesmo, não seja<br />

certo que todos estejam completamente habituados e satisfeitos com o seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

O corpo <strong>de</strong> cada um po<strong>de</strong> parecer extremamente familiar e concreto em certos<br />

momentos, porém, em outros, bastante <strong>de</strong>sconhecido e abstrato.<br />

Assim, diferentemente <strong>de</strong> estruturar uma história do corpo, talvez seja mais<br />

instigante e viável realizar investigações sobre algumas das ambições <strong>de</strong> governá-lo e<br />

organizá-lo, conforme interesses pessoais ou coletivos. Reitere-se que cada vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manter o corpo sob controle, por exemplo, é constituída por fragilida<strong>de</strong>s e potências,<br />

expressando especificida<strong>de</strong>s e generalida<strong>de</strong>s culturais.<br />

O corpo e sua carnalida<strong>de</strong> talvez fossem o último lugar on<strong>de</strong> se aplicaria a idéia <strong>de</strong><br />

construção. Pensá-lo como organismo causa estranhamento especialmente pelo fato <strong>de</strong><br />

ele, em sua originalida<strong>de</strong>, ser um aparente reduto do imediatismo: é tudo o que temos e é<br />

através <strong>de</strong>le que vivemos a realida<strong>de</strong>. Logo só vai se caracterizar como algo realmente<br />

vivo quando o tomado como <strong>de</strong>sejável. Visto assim, como lugar mesmo do <strong>de</strong>sejo, ele é<br />

fruto <strong>de</strong> uma construção, pois – ao superar a dicotomia objetivo-subjetiva – inclui em si<br />

todas as topografias do inconsciente em sua complexa relação.<br />

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