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"O conhecimento preciso da evolução do contexto econômico,<br />
social e político <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada socieda<strong>de</strong> é necessário à<br />
compreensão da distribuição estatística dos diferentes itens <strong>de</strong> consumo. A<br />
antecipação da evolução das necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos, no meio <strong>de</strong>ssa<br />
comunida<strong>de</strong>, permite o estabelecimento das regras dinâmicas da evolução<br />
<strong>de</strong>sse esquema". (Allerrés; 2000:63)<br />
Logo, os indivíduos utilizam o vestuário como forma <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong> estabelecer<br />
um diálogo com os outros e com o mundo. Encontra-se no corpo uma forma <strong>de</strong> construir<br />
linguagem, seja através do vestuário ou <strong>de</strong> outros itens <strong>de</strong> consumo que incorporamos no<br />
nosso repertório comunicacional.<br />
“O sujeito, por meio do corpo como suporte e meio <strong>de</strong> expressão,<br />
revela uma necessida<strong>de</strong> latente <strong>de</strong> querer significar, <strong>de</strong> reconstruir-se e<br />
recriar-se por meio <strong>de</strong> artifícios ‘inéditos’, geradores <strong>de</strong> novas significações<br />
e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adores <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> conjunção e disjunção com os<br />
valores pertinentes a sua cultura”. (CASTILHO;2004:50)<br />
Portanto a moda busca propor novas formas <strong>de</strong> re<strong>de</strong>senhar o corpo e <strong>de</strong> utilizarmos<br />
os simbolismos agregados aos produtos; que se modificam e se atualizam <strong>de</strong> acordo com o<br />
contexto social, histórico e econômico <strong>de</strong> cada época.<br />
A moda é composta por um intrincado sistema <strong>de</strong> códigos que serve como<br />
sustentáculo para as diversas representações da subjetivida<strong>de</strong> do homem mo<strong>de</strong>rno. A<br />
relevância da publicida<strong>de</strong> nesse contexto tem uma razão clara. Na própria estrutura<br />
implicativa do seu discurso encontra-se a imbricação total entre processos <strong>de</strong> mediação<br />
social e processos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação imaginária. A função econômica dsse agente <strong>de</strong><br />
mediação entre consumidores e produtores submete-se a uma função social <strong>de</strong> integração<br />
dos sujeitos e <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>sejos, por meio da criação <strong>de</strong> sistemas simbólicos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />
e diferenças, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se segue o caráter eminentemente implicativo da imagem publicitária,<br />
imagem esta <strong>de</strong> partilha e persuasão do comportamento <strong>de</strong> consumo que acaba por<br />
influenciar o modo geral <strong>de</strong> nossas escolhas <strong>de</strong> objeto.<br />
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