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2.1 O corpo <strong>de</strong>sejado<br />
CAPÍTULO 2<br />
DESENVOLVENDO NORMAS.<br />
Neste capítulo foram formuladas algumas hipóteses sobre a apreensão que temos<br />
com a representação e a forma dos corpos. A primeira questão a ser formulada é por que a<br />
cada dia, a numeração <strong>de</strong> roupas varia entre as marcas, que não obe<strong>de</strong>cem a um único<br />
padrão, tornando mais difícil encontrarmos em griffes uma peça do vestuário que esteja<br />
com mesma numeração? O tamanho M , por exemplo, po<strong>de</strong> apresentar medidas diferentes.<br />
Essa falta <strong>de</strong> padrão nas numerações das roupas confun<strong>de</strong> o consumidor.<br />
Outra questão refere-se à procura, à preocupação em estar na moda em relação a<br />
tamanhos <strong>de</strong>terminados por uma indústria que, até certo ponto, também busca respostas.<br />
O que estaria levando esses padrões, preestabelecidos, a ocuparem lugares tão<br />
<strong>de</strong>stacados nas socieda<strong>de</strong>s contemporâneas?<br />
Partindo do princípio <strong>de</strong> que utilizamos nossas formas corporais em um<br />
cotidiano corriqueiro e casual, obtemos um aproveitamento bastante amplo e intenso do<br />
emprego do corpo como forma <strong>de</strong> expressão. Esclareça-se que raiva, ódio e cólera já foram<br />
sentimentos atribuídos ao fígado, enquanto a inveja já esteve associada ao baço. No falar<br />
coloquial, cultuam-se várias expressões altamente significantes, todas elas relacionando<br />
partes do corpo a algo que se quer dizer ou significar, tais como: "amigo do peito", "coração<br />
mole", "<strong>de</strong>do-duro", "olho-gran<strong>de</strong>", "dar com a língua nos <strong>de</strong>ntes", "pé-frio", "sangue<br />
quente", entre outras.<br />
Ante isso, observa-se que poucas vezes o corpo é avaliado integralmente, <strong>de</strong> forma<br />
homogênea. O mais comum é segmentá-lo; dividir – à luz <strong>de</strong> critérios simbólicos ou<br />
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