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“A obrigação não é ser jovem, e sim parecer jovem. As mulheres<br />
não procuram, como se diz, transformar-se numa Gisele Bündchen. O<br />
principal é a aparência não correspon<strong>de</strong>r à ida<strong>de</strong>. Acredita-se que quem<br />
consegue driblar as marcas do tempo po<strong>de</strong> driblar qualquer coisa. Isso é<br />
ser bela e po<strong>de</strong>rosa no século XXI”.<br />
Relacionam-se as dificulda<strong>de</strong>s em permanecer jovem e saudável com o fato <strong>de</strong><br />
tomar atitu<strong>de</strong>s transformadoras e significativas em relação ao corpo.<br />
A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esculpir-se ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar o próprio corpo é algo que propicia a<br />
cada um estar o mais próximo possível <strong>de</strong> um padrão <strong>de</strong> beleza estabelecido globalmente;<br />
afinal, as medidas do mercado da moda são internacionais. Todo esse esforço só faz<br />
sentido se o pensar sobre moda for <strong>de</strong>slocado e se for verificado que o fútil (ou o que temos<br />
o hábito <strong>de</strong> chamar assim) mostra-se finalmente bem menos anódino do que parece à<br />
primeira vista.<br />
A aparência po<strong>de</strong> refletir, traduzir ou simplesmente veicular idéias tão fortes, agudas,<br />
complexas, sutis, espantosas, que expressa ou provoca, em certos casos, revolta radical,<br />
inédita, <strong>de</strong>finitiva, e parece ser mesmo a única a po<strong>de</strong>r fazê-lo.<br />
A <strong>Moda</strong> consegue, em última instância, circunscrever <strong>de</strong>terminados espaços sócio-<br />
culturais que acabam por constituir o que se reconhece hoje como tribos. Essas instâncias<br />
são territórios <strong>de</strong> referência em que as pessoas, os grupos são acolhidos. Neles elas<br />
adquirem, nesse sentido, um estatuto <strong>de</strong> segurança, um certo quê <strong>de</strong> familiarida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />
partilha afetiva que torna a vida, <strong>de</strong> algum modo, mais tolerável. A exteriorida<strong>de</strong> torna-se ,<br />
então, elemento socializante.<br />
O jovem utiliza-se da estética como um meio <strong>de</strong> experimentar, <strong>de</strong> sentir em comum<br />
e é, também, um meio <strong>de</strong> reconhecer-se. Esse aspecto po<strong>de</strong> ser assistido <strong>de</strong> forma mais<br />
radical nos mais diversos "movimentos <strong>de</strong> estilo", por isso sempre existem indivíduos que<br />
se expressam e afirmam pelo estilo, simples pose <strong>de</strong> traje ou talvez, por um modo <strong>de</strong> vida<br />
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