18.04.2013 Views

Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Os planos diretores ou planejamento urbano têm sido difundidos com uma lógica interna com<br />

o enfoque da organização social e instrumento <strong>de</strong> solução para os problemas urbanos. Eles se<br />

difundiram no Brasil a partir da década <strong>de</strong> 1940, mas foram substituídos por diversos outros nomes<br />

na década <strong>de</strong> 1960, até ter o nome atual na Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988.<br />

Nos primeiros anos os planos diretores eram direcionados para embelezar as cida<strong>de</strong>s e eram<br />

sintetizados por arquitetos urbanistas. Após algumas décadas os planos passaram a ser diagnósticos<br />

técnicos das cida<strong>de</strong>s, feitos por equipes multidisciplinares. Eles foram elaborados com o objetivo <strong>de</strong><br />

serem aplicados pelo Estado para que houvesse uma correta ação sobre o espaço urbano, porém,<br />

foram em pouco tempo abandonados e sem a <strong>de</strong>vida aplicabilida<strong>de</strong>.<br />

Para efetivar as necessida<strong>de</strong>s e obrigações <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong>, surgiu em 2001 a Lei Fe<strong>de</strong>ral n o<br />

10.257, que estabeleceu o Estatuto da Cida<strong>de</strong>, que regulamentou os artigos 182 e 183 da<br />

Constituição e reuniu importantes instrumentos urbanísticos, tributários e jurídicos que podiam<br />

garantir efetivida<strong>de</strong> ao Plano Diretor.<br />

Segundo dados do Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Administração Municipal - IBAM (2001), os Planos<br />

Diretores <strong>de</strong>vem orientar a elaboração dos Planos Plurianuais (PPA), a Lei <strong>de</strong> Diretrizes<br />

Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária, visto que essas são leis e regras <strong>de</strong>terminam como cada<br />

governo municipal <strong>de</strong>verá gastar seus recursos e fazer investimentos.<br />

Importante aspecto dos planos diretores é que neles são consi<strong>de</strong>rados a participação popular<br />

em todas as suas fases, elaboração, acompanhamento e revisão. A participação da socieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

acontecer <strong>de</strong> distintas maneiras, como por exemplo, nos processos <strong>de</strong> discussão das potencialida<strong>de</strong>s<br />

e i<strong>de</strong>ntificação dos problemas existentes na escala local, através <strong>de</strong> conselhos, comitês ou comissões<br />

<strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> variados segmentos da população, do empresariado e das diferentes esferas <strong>de</strong><br />

governo (IBAM, 2001).<br />

Para a realização das audiências públicas, que visam à participação popular no planejamento<br />

urbano das cida<strong>de</strong>s, é imprescindível que seja estudada a realida<strong>de</strong> local para a formulação das<br />

metodologias participativas a serem utilizadas, por po<strong>de</strong>rem levar ao fracasso do processo <strong>de</strong>cisório<br />

<strong>de</strong>vido aos possíveis conflitos locais existentes.<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os avanços quanto à participação social nos processos <strong>de</strong>cisórios municipais,<br />

às informações e às propostas existentes, e consistentes, advindas da população, ainda verificam-se<br />

os ajustes aos interesses políticos na formulação final dos planos diretores. Passos (2010) ressalta<br />

que é inconcebível imaginar que se continue a reunir as pessoas para que participem dos espaços <strong>de</strong><br />

discussão, que se realizem inúmeras reuniões, quando na verda<strong>de</strong>, o que a população <strong>de</strong>liberou<br />

acaba por se ajustar ao tipo <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> cima para baixo. Parece oportuno fazer o<br />

contrário, visto que os instrumentos <strong>de</strong>vem ser adaptados às questões locais, inclusive modificando-<br />

os totalmente, caso necessário.<br />

1009

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!