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Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

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O que Berman procura esclarecer é que para ele, a mo<strong>de</strong>rnização contempla na sua acepção,<br />

as <strong>de</strong>scobertas científicas, a industrialização da produção, a explosão <strong>de</strong>mográfica, o crescimento<br />

urbano, Estados nacionais mais fortes e, enfim, um mercado capitalista mundial.<br />

Entre os postulados da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se afirmar que esta também se materializa na<br />

concepção <strong>de</strong> progresso, criando cenários imagéticos antes <strong>de</strong>sconhecidos.<br />

Ascher afirma que a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> não é um estado, mas um processo constante <strong>de</strong><br />

transformações da socieda<strong>de</strong>, condição que a diferencia das <strong>de</strong>mais socieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> a mudança não<br />

é o principio essencial.<br />

Ascher <strong>de</strong>staca em especial a falta <strong>de</strong> sincronia entre a mutação cada vez mais rápida da<br />

socieda<strong>de</strong> contemporânea e o processo mais lento <strong>de</strong> transformações do quadro construído. No<br />

contexto brasileiro, tal constatação preocupante, pois, ao lidar com esta dupla temporalida<strong>de</strong>,<br />

teremos que enfrentar os novos <strong>de</strong>safios da contemporaneida<strong>de</strong>, sem abandonar as <strong>de</strong>mandas não<br />

resolvidas das nossas cida<strong>de</strong>s.<br />

Numa perspectiva histórica, no <strong>de</strong>correr do século XIX, registrou-se na Europa e Estados<br />

Unidos um forte processo <strong>de</strong> mudança no quadro econômico e social urbano, como consequência da<br />

Revolução Industrial.<br />

urbana.<br />

É mistér afirmar que a Revolução Industrial trouxe como consequência uma revolução<br />

Nas <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> ―cida<strong>de</strong>‖ no plano da Geografia, constata-se um hiato com o mo<strong>de</strong>lo da<br />

polis grega que representava o local do encontro, do <strong>de</strong>bate cívico e da vida política ou da urbs<br />

romana, que simbolizava um valor estético e a opulência do po<strong>de</strong>r da época e mesmo da cida<strong>de</strong><br />

medieval que constituía o lugar da troca e do artesanato.<br />

Nunca é tar<strong>de</strong> buscar em Calvino uma reflexão:<br />

A cida<strong>de</strong> se embebe como uma esponja <strong>de</strong>ssa onda que reflui das recordações e se dilata. Uma<br />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> [...] como é atualmente <strong>de</strong>veria conter todo o passado <strong>de</strong> [...] Mas a cida<strong>de</strong> não conta o<br />

seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, <strong>nas</strong> gra<strong>de</strong>s das janelas,<br />

nos corrimãos das escadas, <strong>nas</strong> ante<strong>nas</strong> dos pára-raios, nos mastros das ban<strong>de</strong>iras, cada segmento<br />

riscado por arranhões, serra<strong>de</strong>las, entalhes, esfoladuras (CALVINO, 1990, p. 14-15.O<br />

Ela é, hoje, um re<strong>de</strong>senho da cida<strong>de</strong> industrial do início da era mo<strong>de</strong>rna, quando se<br />

<strong>de</strong>senvolvem as relações entre o Estado, a economia e a socieda<strong>de</strong>, não só em âmbito local, mas<br />

também em dimensão nacional e internacional, tornando-se olocus da vida contemporânea em<br />

gran<strong>de</strong> parte do mundo.<br />

No que se refere às mudanças paradigmáticas na forma <strong>de</strong> pensar as cida<strong>de</strong>s e suas<br />

<strong>de</strong>nominações ancoradas em conceitos no prisma do planejamento urbano, <strong>de</strong>ve-se ressaltar que as<br />

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