18.04.2013 Views

Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

planos e medidas que se traduzam em melhor alocação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>ntro das cida<strong>de</strong>s. A eficiência<br />

volta-se para tentativas <strong>de</strong> economizar matéria e energia através <strong>de</strong> um maior aparato tecnológico e<br />

novas formas <strong>de</strong> organização, capaz <strong>de</strong> manter a reprodução contínua <strong>de</strong> suas estruturas.<br />

Em relação à escala, questionam-se, ao mesmo tempo, as relações <strong>de</strong>siguais intraurba<strong>nas</strong> e<br />

entre as próprias cida<strong>de</strong>s, já que os excessos <strong>de</strong> uma po<strong>de</strong>m resultar em sérios problemas para outra.<br />

Ao se tratar da equida<strong>de</strong>, vinculam-se questões sobre as injustiças socioespaciais presentes no<br />

espaço urbano com os problemas ambientais, <strong>de</strong> forma a reconhecer as situações <strong>de</strong> carências, <strong>de</strong><br />

vulnerabilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> riscos em que as populações mais pobres se encontram. Associam-se,<br />

inclusive essas questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e injustiças ambientais a questões étnico-raciais, como<br />

vemos em Bullard (2004) e Pellow (2006).<br />

Já pelo lado da autosuficiência, mesmo com o reconhecimento <strong>de</strong> que as cida<strong>de</strong>s funcionam<br />

como sistemas abertos, <strong>de</strong> acordo com Troppmair (2004), necessitando <strong>de</strong> entradas e resultando<br />

saídas, sejam <strong>de</strong>sejáveis ou in<strong>de</strong>sejáveis, essa questão ainda paira em alguns discursos, muito mais<br />

como uma i<strong>de</strong>ologia do que uma proposta concisa e factível. Pensando-se sobre a ética, percebemos<br />

pon<strong>de</strong>rações que estão difusas em outras matrizes discursivas, mas que <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra<br />

erigem uma crítica ao uso intensivo dos recursos naturais que provocam impactos em todo o planeta<br />

e colocam em risco elevados contingentes <strong>de</strong> pessoas no mundo todo e às gerações vindouras.<br />

De fato, julgamos importante a existência da articulação e a pon<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas<br />

matrizes discursivas sobre o espaço das cida<strong>de</strong>s. Enten<strong>de</strong>mos que a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>va remeter-<br />

nos a uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que possa ser compartilhada por toda socieda<strong>de</strong>. É importante<br />

<strong>de</strong>ixarmos claro o conceito <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> no qual nos baseamos. Ao mesmo tempo em que<br />

reconhece a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modificações <strong>nas</strong> relações sociais e na relação socieda<strong>de</strong>-<br />

natureza,rechaça posicionamentos extremistas que veem uma volta ingênua à natureza. Deparamo-<br />

nos, então, novamente com a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Ou seja, no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ve ser central, enten<strong>de</strong>ndo-se a sustentabilida<strong>de</strong> como forma <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento que tenha como fim a melhora substantiva no cotidiano das pessoas, calcadas em<br />

elementos concretos, mas sem <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar as subjetivas das relações e as singularida<strong>de</strong>s dos<br />

diferentes grupos humanos.<br />

Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Da mesma forma como argumenta Steinberger (2001), pensamos que a reflexão sobre o<br />

espaço urbano <strong>de</strong>veria ser estruturada no sentido <strong>de</strong> não contrapor o urbano ao meio natural, uma<br />

vez que esse pensamento limita a envergadura das análises e, ao mesmo tempo, impe<strong>de</strong> uma<br />

discussão mais ampla, no sentido <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o espaço urbano dotado <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s para o<br />

193

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!