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Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

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nossa atual crise ecológica continuariam a ser profundamente interessantes – e inclusive<br />

emergenciais – mesmo que não houvesse crise ambiental alguma em curso. Como a nossa atual<br />

crise ambiental propiciou uma revisão geral da forma como nós – que temos um pé firmemente<br />

cravado no mundo oci<strong>de</strong>ntal mo<strong>de</strong>rno – somos e ocupamos o mundo, as reflexões advindas <strong>de</strong>ssas<br />

questões ambientais mais imediatas adquiriram uma relevância que extrapola em muito o problema<br />

da poluição, do aquecimento global ou do aumento progressivo do número <strong>de</strong> espécies ameaçadas<br />

<strong>de</strong> extinção. Elas dizem respeito ao nosso próprio ser. Elas dizem respeito às bases ontológicas mais<br />

fundamentais da existência humana. Elas dizem respeito a quem somos e ao que estamos fazendo<br />

com nós mesmos – não ape<strong>nas</strong> indiretamente através da <strong>de</strong>gradação do meio ambiente e do efeito<br />

estufa, mas também diretamente através da construção <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s e habitações que não permitem a<br />

livre expressão da nossa essência animal.<br />

Embora tenhamos citado muito pouco aqui, as nossas reflexões inspiraram-se nos escritos <strong>de</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> autores, especialmente Val Plumwood (1993), Anthony Weston (1999),<br />

Freya Mathews (2005), Arne Naess (2008) e Helena Norberg-Hodge (2009). Se tivéssemos<br />

insistido em citar todos eles, teríamos produzido uma colcha <strong>de</strong> retalhos com pouca coerência<br />

interna, e, sobretudo, <strong>de</strong>sagradável tanto <strong>de</strong> escrever quanto <strong>de</strong> ler. Assim, resolvemos escrever da<br />

forma mais natural possível, simplesmente seguindo o fluxo do pensamento. Isso teve um efeito<br />

curioso, mas muito bem-vindo. As nossas concepções ecológicas acabaram por se fazer presentes<br />

não ape<strong>nas</strong> <strong>nas</strong> opiniões que expressamos, mas na própria forma como conduzimos a nossa escrita.<br />

Referências<br />

MATHEWS, Freya. Reinhabiting reality: towards a recovery of future. Sydney: UNSW Press,<br />

2005.<br />

NAESS, Arne. The ecology of wisdom: writings by Arne Naess. Berkeley: Counterpoint, 2008.<br />

NORBERG-HODGE, Helena. Ancient futures: lessons from Ladakh for a globalizing world. San<br />

Francisco: Sierra Club Books, 2009.<br />

PLUMWOOD, Val. Feminism and the mastery of nature. New York: Routledge, 1993.<br />

WESTON, Anthony. ―Is it too late?‖ In: An invitation to environmental philosophy. Oxford: Oxford<br />

University Press, 1999.<br />

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