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Qualidade de Vida, Mobilidade e Segurança nas Cidades_ Vol. 1

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para que seja permitido falar e ouvir e, enfim, no qual o conteúdo e a forma já foram<br />

autorizados segundo os cânones da esfera <strong>de</strong> sua própria competência. (CHAUI, p. 7)<br />

Somando-se a esses discursos, também encontramos outros aparelhos i<strong>de</strong>ológicos que<br />

colaboram com a permanência <strong>de</strong>sse discurso hegemônico, chamando atenção para a mídia que a<br />

todo tempo tem trabalhado para mostrar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo momento da cida<strong>de</strong>, bem<br />

como, as peças publicitárias que agregam outros valores a este espaço urbanizado que é o centro das<br />

atenções e a gran<strong>de</strong> moeda <strong>de</strong> troca entre Estado e mercado.<br />

Para a<strong>de</strong>ntrar a nossa segunda categoria <strong>de</strong> análise, o fetichismo, <strong>de</strong>stacamos alguns<br />

aspectos dos dois projetos em foco, observando que, longe <strong>de</strong> serem construções <strong>de</strong>sconectadas<br />

esses dois projetos dialogam diretamente com o novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> protagonizado pelo<br />

mercado, em aliança clara com o Estado. Trata-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empreendimentos que buscam colocar<br />

a cida<strong>de</strong> no cenário <strong>de</strong> disputa nacional e internacional, sem que sejam percebidos os <strong>de</strong>vidos<br />

impactos sociais, econômicos e ambientais. Desse modo, o que está em jogo, não é a garantia do<br />

Direito à Cida<strong>de</strong>, mas, o interesse do capital sobre a cida<strong>de</strong>, ou seja, ―a i<strong>de</strong>ologia dominante<br />

preserva a situação vigente e os interesses da classe dominante‖ (GARCIA, 2006, p. 24).<br />

Ainda em Garcia (2006), encontramos as reflexões sobre o fetichismo, tratando diretamente<br />

sobre a questão do espaço urbanizado como uma mercadoria feitichizada pelo capitalismo. À luz da<br />

experiência em curso, observa principalmente <strong>nas</strong> peças publicitárias dos projetos algo que provoca<br />

estranhamento, e só nos fortalece na i<strong>de</strong>ia do fetiche que envolve esta discussão política e<br />

econômica. São as ausências e o distanciamento do real e os seus respectivos fetiches.<br />

A partir do fetichismo, observamos a transformação <strong>de</strong>sse espaço como algo bastante atrativo,<br />

agregando a garantia <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> social, tranquilida<strong>de</strong>, comodida<strong>de</strong> e até mesmo a liberda<strong>de</strong>,<br />

felicida<strong>de</strong> e prosperida<strong>de</strong>. Nesse caminho, o espaço urbano é uma mercadoria valiosa e com lucros<br />

financeiros garantidos pelo fetiche, que ocorre ―[...] porque a beleza e a sofisticação das<br />

mercadorias agradam os consumidores. As mercadorias são belas e excitam no observador o <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> posse motivando-o à compra” (GARCIA, 2006, p. 29), sendo assim, o fetiche também é um<br />

fenômeno da i<strong>de</strong>ologia burguesa capitalista.<br />

O ESPAÇO URBANO COMO MERCADORIA E A NECESSIDADE DE UMA EDUCAÇÃO<br />

PARA ALÉM DO CAPITAL<br />

Depois <strong>de</strong> observar as perspectivas sobre o espaço urbano, que envolve uma complexa<br />

relação entre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em curso, os interesses econômicos, o direito à cida<strong>de</strong>,<br />

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