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Disciplina: Fundamentos da Geometria Euclidiana - UFPB Virtual

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Uni<strong>da</strong>de V: Paralelismo<br />

1. - Situando a Temática<br />

Em <strong>Geometria</strong>, o significado do termo “paralelo” é de imensa importância. Foi justamente no 5°<br />

postulado (ou 5° axioma), o qual é apresentado na grande maioria dos textos de Ensino Básico, bem<br />

resumido, mas naturalmente de forma equivalente ao enunciado original proposto por Euclides, <strong>da</strong> seguinte<br />

forma:<br />

“Por um ponto P, fora de uma reta r, é possível traçar uma única reta s, paralela a r”.<br />

Como notamos, nesse postulado, o conceito de paralelismo, no caso, entre duas retas, é de fun<strong>da</strong>mental<br />

importância. É claro que o conceito de paralelismo não se restringe apenas ao caso de duas retas, mas é aí<br />

que está a essência do significado de paralelismo, em <strong>Geometria</strong>.γ<br />

Na uni<strong>da</strong>de IV, mostramos um método a partir do qual é possível construir retas paralelas. Isto justifica a<br />

existência delas, lá no plano. No entanto, no 5° postulado, além <strong>da</strong> existência, a questão <strong>da</strong> unici<strong>da</strong>de<br />

também é determinante no modelo de <strong>Geometria</strong> a ser construído. Só a título de curiosi<strong>da</strong>de, imaginemos<br />

que o “universo” seja a “superfície de uma esfera”, cujo centro é o ponto 0 e o raio é r > 0 . Já imaginou?<br />

Pois bem, pensando assim, vamos imaginar agora, um ponto P sobre essa superfície, a qual podemos pensar<br />

com se fosse a “casca do planeta Terra”, caso a Terra fosse modela<strong>da</strong> como uma esfera perfeita, é claro! A<br />

situação que apresentamos é a seguinte:<br />

Considerando o ponto P, como sendo o “pólo Norte” e deslocando-o,<br />

sempre sobre a superfície e seguindo uma direção “retilínea”, rumo ao<br />

“pólo Sul”, o movimento vai descrever uma “curva”, que voltará para o<br />

mesmo ponto de parti<strong>da</strong>, após uma volta completa, em torno do centro <strong>da</strong><br />

esfera. Essa curva está conti<strong>da</strong> em um plano α , e tem a forma de uma<br />

circunferência de raio r > 0, já que este é o raio <strong>da</strong> esfera, conforme<br />

ilustra a figura ao lado.<br />

Essa curva, em Matemática, é denomina<strong>da</strong> “grande círculo” <strong>da</strong> esfera. Já em Geografia, por exemplo, ela<br />

é conheci<strong>da</strong> como um Meridiano. Particularmente, por uma questão de simplici<strong>da</strong>de, dentre os infinitos<br />

meridianos que tem o planeta Terra, suponhamos que esse desenhado na figura, seja o Meridiano de<br />

Greenwich, o qual divide a Terra, em Oriente e Ocidente, ou equivalentemente, hemisférios direito e<br />

esquerdo, respectivamente. Em termos de pontos cardeais, Oriente é o Leste e Ocidente, o Oeste”.<br />

Consideremos agora outros dois grandes círculos sobre a esfera, um situado no plano γ , o qual é um<br />

outro meridiano, passando em P e que divide a esfera, nos hemisférios <strong>da</strong> frente e de trás; o outro, situado no<br />

plano β , o qual divide a esfera, nos hemisférios norte e sul, respectivamente, acima e abaixo. Esse grande<br />

círculo, em Geografia, é denominado “Equador terrestre”, ver figura.<br />

Observe que esses três grandes círculos juntos, dividem a esfera em “oito partes iguais”. Imaginando<br />

agora apenas a superfície <strong>da</strong> esfera, note que os oito pe<strong>da</strong>ços iguais têm forma “triangular”. Na próxima<br />

figura, representaremos o “triângulo” EPQ, cujos lados são os arcos de circunferência de raio r, ca<strong>da</strong> um<br />

deles correspondendo à quarta parte <strong>da</strong> circunferência inteira. As medi<strong>da</strong>s dos ângulos, nos vértices E,P e Q,<br />

são defini<strong>da</strong>s como as medi<strong>da</strong>s dos ângulos entre os dois arcos, em ca<strong>da</strong> um dos pontos; por exemplo, em E,<br />

esse ângulo mede 90°. Pois, o ângulo entre os dois arcos, em E, é medido a partir do ângulo entre as “retas<br />

tangentes” aos arcos que estão nos planos α e β . Essas duas retas tangentes, em E, são perpendiculares,<br />

portanto o ângulo em E, é reto. A mesma medi<strong>da</strong> têm os ângulos em P e Q. Portanto ca<strong>da</strong> um dos três<br />

ângulos internos, do “triângulo esférico” EPQ, é reto, e assim esse triângulo não é euclidiano, pois já<br />

mostramos a consequência do teorema do ângulo externo: “Em qualquer triângulo, é impossível dois ângulos<br />

internos retos”, além disso mostraremos, nessa uni<strong>da</strong>de, que a soma <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s dos três ângulos internos,<br />

de qualquer triângulo, é 180°, na <strong>Geometria</strong> euclidiana.<br />

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