Disciplina: Fundamentos da Geometria Euclidiana - UFPB Virtual
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Teorema 11:<br />
Ampliando o seu conhecimento...<br />
Se um polígono é regular, então ele pode ser inscrito em uma circunferência, ou seja, é inscritível.<br />
Demonstração<br />
Para o caso de figuras geométricas tridimensionais, o conceito de polígono é generalizado<br />
para poliedros. Nesse caso, poderíamos ser levados a pensar que o conceito de “poliedro<br />
regular” também nos levasse a uma infini<strong>da</strong>de de possibili<strong>da</strong>des, no entanto, só a título de<br />
curiosi<strong>da</strong>de, salientamos aqui que só existem cinco poliedros regulares, cujos nomes são:<br />
tetraedro, hexaedro (ou cubo), octaedro, dodecaedro e icosaedro, respectivamente, com 4, 6, 8,<br />
12, e 20 faces, os quais estão ilustrados na figura abaixo.<br />
O estudo dos poliedros constitui um belíssimo capítulo <strong>da</strong> <strong>Geometria</strong> <strong>Euclidiana</strong> em três<br />
dimensões. Eles são muito admirados e estu<strong>da</strong>dos fora <strong>da</strong> matemática, inclusive são<br />
conhecidos como sólidos de Platão. Os quatro elementos primitivos fogo, terra, água e ar são<br />
representados, respectivamente, pelo tetraedro, cubo, icosaedro e octaedro. Já o dodecaedro<br />
representa o Universo. Isso denota um certo lado filosófico e místico <strong>da</strong> <strong>Geometria</strong>.<br />
Sejam P1, P2, P3, ... , Pn ( n ≥ 3 ) os vértices de um polígono regular com n lados. Gostaríamos de mostrar<br />
que existe uma circunferência que passa por todos os vértices do polígono. Para isso, consideremos<br />
primeiramente os vértices P1, P2 e P3. Já mostramos que existe uma circunferência, cujo centro é o ponto de<br />
encontro <strong>da</strong>s mediatrizes, dos lados do triângulo P1 P2 P3, a qual passa por P1, P2 e P3. Seja O esse centro. A<br />
idéia agora é mostrar que P4 também pertence a essa circunferência. Para isso, vamos comparar os triângulos<br />
OA2A3 e OA3A4. Como OA2 = OA3 (ambos são iguais ao raio <strong>da</strong> circunferência), o triângulo OA2A3 é isósceles<br />
cuja base é o lado A2A3, do polígono regular.<br />
Com o mesmo argumento, concluímos que o triângulo OA1A2 é isósceles,<br />
cuja base é o lado A1A2, do polígono regular. Esses dois triângulos, OA1A2 e<br />
OA2A3, são congruentes, em virtude do caso LLL, de congruência de triângulos.<br />
Com relação ao triângulo OA3A4, temos que A3A4 = A2A3 (ambos são lados do<br />
polígono regular), OA3 = OA3 (lado comum). Além disso, temos que<br />
O Aˆ<br />
3A2<br />
= OAˆ<br />
3A4<br />
, pois A 1Aˆ<br />
2A3<br />
= A ˆ<br />
2A3<br />
A4<br />
(ambos são ângulos internos de<br />
um polígono regular) e O Aˆ<br />
2A1<br />
= OAˆ<br />
ˆ<br />
2A3<br />
= OA3A2<br />
. Como consequência<br />
disso, segue-se pelo caso LAL, de congruência de triângulos, que OA 2A3<br />
= OA3<br />
A4<br />
. Portanto, obtemos, em<br />
particular, que OA 3 = OA4<br />
. Isto equivale dizer que A4 também é um ponto <strong>da</strong> circunferência de centro O e<br />
raio r = OA1<br />
, conforme ilustra a figura a cima.<br />
Com um raciocínio análogo, concluímos que A5 também é um ponto <strong>da</strong> circunferência. Como a<br />
quanti<strong>da</strong>de de vértices é finita, repetindo o mesmo raciocínio um número finito de vezes, obtemos, por<br />
exaustão, que A1, A2, ... An são pontos <strong>da</strong> circunferência de centro O. Isto conclui a demonstração.<br />
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