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AULA 04_Filosofia_da_Religiao_II.pdf

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A ‘processão’ (próodos, em grego) - que é o movimento de saí<strong>da</strong> e<br />

produção - a partir <strong>da</strong> causa última - <strong>da</strong> Inteligência, <strong>da</strong> Alma cósmica, <strong>da</strong>s<br />

almas individuais e dos corpos materiais.<br />

O ‘retorno’ ou a ‘conversão’ (epistrophé, em grego) - ou seja, a reunião ou<br />

volta ao princípio derradeiro.<br />

Proclo, como você deve ter percebido, usa os conceitos de Plotino, mas vai além dele,<br />

elevando-se a um nível excepcional de especulação:<br />

A lei vale não somente em geral, mas também em particular, à medi<strong>da</strong> que expressa o<br />

próprio ritmo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em sua totali<strong>da</strong>de, bem como em todos os seus momentos<br />

particulares. Assim, como qualquer outra reali<strong>da</strong>de, de que produz algo, o Uno produz por<br />

causa “de sua perfeição e superabundância de poder”, segundo um processo triádico:<br />

1) Todo ente produtivo permanece como é (precisamente devido à sua perfeição) e,<br />

por causa desse seu permanecer imóvel e irredutível, produz.<br />

2) A ‘processão’ não é uma transição, como se o produto que dela deriva fosse parte<br />

dividi<strong>da</strong> do produtor, mas é o resultado <strong>da</strong> multiplicação que o produtor faz de si<br />

mesmo, em virtude de sua própria potência. Ademais, aquilo que procede é<br />

semelhante àquilo do qual procede, e a semelhança é anterior à dessemelhança: a<br />

dessemelhança consiste apenas no fato de ser o produtor melhor, ou seja, mais<br />

potente que o produto.<br />

3) Conseqüentemente, as coisas deriva<strong>da</strong>s têm afini<strong>da</strong>de estrutural com suas causas;<br />

ademais, aspiram a manter-se em contato com elas e, portanto, a ‘retornar’ a elas.<br />

Por isso, as hipóstases nascem por razão de semelhança e não por razão de<br />

dessemelhança. (Reale, 2003, vol. 1, 366)<br />

Assim vemos que os três momentos do processo circular, embora distintos logicamente,<br />

ontologicamente se dão concomitantemente, ‘no sentido que todo processo é perene<br />

permanecer, perene proceder e perene retornar’. E porque o proceder não é um tornar-se<br />

totalmente outro, o produto permanece na causa no mesmo momento em que é produzido.<br />

19<br />

claudiordutra@hotmail.com

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