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AULA 04_Filosofia_da_Religiao_II.pdf

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atributos divinos como a omnipotência, a imensi<strong>da</strong>de, a omnipresença, a justiça, a<br />

misericórdia e a providência (entendi<strong>da</strong>s em sua acepção cristã), não podem ser<br />

demonstra<strong>da</strong>s por procedimentos filosóficos, exclusivamente racionais: pertencem ao<br />

âmbito <strong>da</strong> fé. Ockham é mais radical ain<strong>da</strong>. Não só os atributos, mas a própria existência<br />

de Deus é indemonstrável pela razão”.<br />

Igualmente, no que tange à antropologia Duns Escoto havia dito que a espirituali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

alma e sua imortali<strong>da</strong>de não são demonstráveis. Ockham vai mais longe: nem a existência<br />

<strong>da</strong> alma é, em sentido estrito, demonstrável pela razão.<br />

Para Santo Tomás todos os preceitos do Decálogo são acessíveis à razão, por serem<br />

preceitos <strong>da</strong> “lei natural”, “Para Ockham, nenhum dos man<strong>da</strong>mentos é de lei natural, pois<br />

Deus poderia ter criado um mundo no qual o ódio a Deus não fosse pecado, mas virtude”.<br />

Esta forma de interpretar os preceitos morais do cristianismo se deve ao voluntarismo<br />

teológico. Para Ockham, os man<strong>da</strong>mentos de Deus são resultado de uma convenção<br />

divina: são assim porque Deus o quis, ele poderia ter querido outra coisa. O que impediria<br />

a Deus querer que adultério fosse recomen<strong>da</strong>do?<br />

Com isso, Ockham, quer exaltar a Onipotência e a Liber<strong>da</strong>de de Deus, A liber<strong>da</strong>de divina<br />

não está submeti<strong>da</strong> a nenhuma regra ou necessi<strong>da</strong>de. Por isso também, ele vai dizer que<br />

a razão é algo que só pertence aos humanos, pois Deus não pode estar submetido a na<strong>da</strong><br />

(a razão é obriga<strong>da</strong> a se submeter à ver<strong>da</strong>de). Deus é liber<strong>da</strong>de onipotente e não pode<br />

estar submetido a na<strong>da</strong>; por isso, devemos excluir dele a razão. Ockham também rejeita as<br />

idéias exemplares pois elas orientariam e assim limitariam a liber<strong>da</strong>de divina.<br />

Em relação aos universais, Ockham admite que temos conceitos universais, mas nega que<br />

seu fun<strong>da</strong>mento esteja fora <strong>da</strong> mente como a teoria realista supõe. O conceito macaco é<br />

aplicado a todos os indivíduos macacos não porque os macacos participem <strong>da</strong> mesma<br />

essência, mas por causa de os indivíduos serem semelhantes entre si. “Os conceitos<br />

universais são signos de caráter lingüístico. Na sua análise dos signos lingüísticos Ockham<br />

distingue três classes ou tipos: os signos lingüísticos proferidos (palavras fala<strong>da</strong>s), os<br />

escritos (palavras escritas) e os concebidos mentalmente (conceitos, palavras mentais).<br />

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claudiordutra@hotmail.com

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